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NOTÍCIA

Novos hábitos alimentares ‘sustentáveis’ tendem a aquecer o setor da Nutrição

Publicado em: 23/11/2020 às 15:00

Ano passado o mercado da alimentação saudável e bem-estar movimentava cerca de US$ 35 bilhões; isso vislumbra mais postos de trabalhos para nutricionistas

Professora Indiomara Baratto
Professor Eduardo Szpak

A alimentação é moldada pela cultura, por valores pessoais e circunstâncias da vida. A população tem pensado sobre equilíbrio e energia, prevenção e gestão de doenças, ecologia e ambiente, as escolhas alimentares refletem as necessidades e valores em evolução.

A agência internacional Euromonitor apontou, em 2019, que o mercado da alimentação saudável e bem-estar movimentava cerca de US$ 35 bilhões por ano, o quarto maior do mundo. Para 2020, à medida que a economia dá pequenos sinais de recuperação, o consumidor ganha a confiança em investir seu dinheiro em produtos considerados não essenciais.

No entanto, é improvável que os desempenhos atinjam os níveis pré-crise: não por que os consumidores não tenham poder de compra suficiente, mas porque há uma nova visão dessa abordagem emergindo e se consolidando.

“A busca da flexibilidade, por meio da adaptação de novos hábitos, visando a um estilo de vida equilibrado é a resposta”, diz o professor e mestre Eduardo Szpak, responsável técnico do curso de Nutrição da Universidade Paranaense - Unipar, de Francisco Beltrão.

Segundo ele, nos próximos dois anos a sustentabilidade estará repleta de inovações, com nutrição e práticas sustentáveis na mente das pessoas e marcas. As deficiências nutricionais e alimentação natural à base de plantas serão prioridade para os novos produtos.

“Em cinco anos será possível contemplar uma cadeia de suprimento de alimentos impulsionada pelas novas tecnologias. Dessa forma, investimentos em alimentos e tecnologias agrícolas continuarão ajudando a fornecer sistemas alimentares mais saudáveis e sustentáveis”, complementa.

 

Alternativas ao consumo de carne

Um outro ponto interessante, principalmente para quem gosta de um bom churrasco, é que o consumo global de carne quase dobrou nos últimos 50 anos e não mostra sinais de desaceleração. A demanda por alternativas sem carne também está aumentando e o desenvolvimento neste campo pode ajudar a resolver o problema da escassez de alimentos.

Na região Sudoeste do Paraná já é possível encontrar hambúrgueres à base de vegetais que imitam a textura da carne, que até foram adotados e popularizados por empresas de fast food.

O professor Eduardo cita que a relação entre alimentação e saúde nem sempre é clara. “Os consumidores desejam informações que ajudem na criação da conexão entre alimentação e saúde, mas simplesmente fornecer dados informativos ou conteúdo não é suficiente”, defende.

E salienta: “A proliferação de materiais informativos sobre saúde pode ser negativa para quem está buscando melhorar sua vida, pois muitas vezes alegações de concorrentes ou informações contraditórias sobre produtos, dietas e riscos apenas agravam o problema. Os consumidores querem informações conectadas às suas necessidades pessoais, entregues claramente e de forma gerenciável”.

 

Fontes de informação

Para 40% dos brasileiros, a televisão costuma ser fonte de informação sobre a alimentação. Em segundo lugar, aparecem profissionais de saúde: os médicos e os nutricionistas com 20% e 19% respectivamente.

Portanto, o futuro do mercado da alimentação se faz com o diálogo entre cada personagem da cadeia de produção alimentícia, passando por quem planta a semente chegando até ao profissional de saúde que é quem orienta a população.

A professora doutora Indiomara Baratto, coordenadora do curso de Nutrição da Unipar em Francisco Beltrão, atenta que, mundialmente, as empresas estão alterando seus planos e formas de negócios.

“A busca neste momento é por atender aos conceitos de economia, sustentabilidade e valorização da cadeia e comunidade local. Isso faz parte de um movimento global que objetiva redefinir o conceito de sucesso nos negócios e identificar empresas que utilizem seu poder de mercado para solucionar problemas sociais e ambientais”, explica.

 

As pessoas querem alimentação saudável

 

Uma pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) revelou que 80% das pessoas se esforçam para ter uma alimentação equilibrada e 71% preferem produtos mais saudáveis. Por conta disso, o comércio de alimentos saudáveis no Brasil tem crescido substancialmente por conta da oferta e demanda, já que o mercado se adapta para atender aos desejos dos consumidores. Nos últimos cinco anos, o segmento de alimentos e bebidas saudáveis cresceu, em média, 12% ao ano. Isso é reflexo do consumidor que está cada vez mais preocupado com a saúde, alimentação e com o bem-estar.

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