Toledo: Professor participa de intercâmbio na África e América Central
Publicado em: 19/11/2010 às 14:50
Objetivo foi conhecer projetos de aproveitamento da biodiversidade vegetal e de estímulo ao uso de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos nos sistemas públicos de saúde
Os professores e alunos da Universidade Paranaense – Unipar extrapolam fronteiras na busca de novos conhecimentos e da integração cultural. Constantes são as viagens a eventos e visitas técnicas, afim de ampliar a bagagem intelectual e a formação profissional.
Recentemente, foi a vez do professor do curso de Farmácia, Campus Toledo, Euclides Lara Cardozo Júnior, participar de um intercâmbio internacional, em companhia da coordenadora regional do Programa Plantas Medicinais do Mercosul (Plamsur), engenheira agrônoma Maria de Fátima Brandalise, e do coordenador nacional do Plamsur/Paraguai, engenheiro agrônomo Sebastian Rios Martinez.
Juntos, eles visitaram projetos na área de plantas medicinais desenvolvidos em países da África e América Central. Em junho, o grupo conheceu o trabalho realizado pela PhytoTrade África, na cidade de Harare/Zimbabwe (país da África meridional). O grupo conheceu a história da criação da PhytoTrade, entidade que trabalha com atividades para impulsionar a comercialização de produtos naturais provenientes de empresas associadas, e visitaram três empresas associadas e agricultores que cultivam plantas medicinais.
“A PhytoTrade é uma instituição que articula o comércio justo de plantas medicinais em países do terceiro mundo e o conhecimento do trabalho de PhytoTrade executado em cinco países da África foi muito importante para a busca de um modelo de estrutura para facilitar essa articulação também em países do Mercosul”, explica o professor Euclides Júnior.
Em agosto, o grupo conheceu as experiências desenvolvidas na Guatemala, através do Comité Asesor de Productos Naturales (CAPRONAT) Del Departamento de Regulación y Control de Productos Farmacéuticos y Afines, Ministerio de Salud Pública y Asistencia Social. “Nesse país, a legislação sobre plantas medicinais encontra-se num estágio mais avançado que nos países do Mercosul”, informa Euclides Júnior.
Conduzidos pelo pesquisador da Universidad de San Carlos, Armando Cáceres, eles puderam vislumbrar experiências do uso de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos em programas de saúde pública. De acordo com o professor, a Guatemala possui uma forte influência cultural dos antigos Maias, civilização pré-colombiana que viveu na região até a chegada dos espanhois. “Um dos legados dessa influência é o largo uso de plantas medicinais”, diz.
O principal objetivo do intercâmbio foi a troca de experiências entre técnicos de países da África e América Central com países do Mercosul, proporcionando maior conhecimento sobre as diferentes formas de utilização das plantas medicinais como recurso terapêutico.
O professor da Unipar foi convidado para integrar o grupo de técnicos pelos inúmeros trabalhos desenvolvidos na região que estimulam a cadeia produtiva de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos. Destacam-se entre estes trabalhos a parceria com o município de Toledo, firmada para estimular a implantação da fitoterapia no Sistema Único de Saúde; as pesquisas desenvolvidas com empresas da região para o desenvolvimento de medicamentos fitoterápicos; e o apoio a agricultores familiares dos municípios de Vera Cruz do Oeste e São Pedro do Iguaçu, para estimular a produção de plantas medicinais em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e a Itaipu Binacional.
“Uma das tendências mundiais de aproveitamento racional da biodiversidade vegetal é o estimulo à implantação do uso de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos nos sistemas públicos de saúde. Neste sentido, a região oeste do Paraná é referência pelos inúmeros trabalhos desenvolvidos com plantas medicinais e que, em diversas oportunidades, chamaram a atenção dos ministérios do Governo Federal que cuidam deste tema. O curso de Farmácia da Unipar contribui de uma forma significativa para o avanço destes projetos, na formação de profissionais e no desenvolvimento de pesquisas que atendem as expectativas regionais”, ressalta.