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NOTÍCIA

Cianorte: Geemea pesquisa mamíferos não voadores em reserva da mata nativa

Publicado em: 12/11/2010 às 15:30

Realizada na Reserva Biológica das Perobas, dados serão utilizados para plano de manejo da unidade de conservação

O estudante Vagner prepara armadilha fotográfica
O estudante Vagner prepara armadilhas pitfalls
Os estudantes Rosenildo e Jonatan durante montagem das armadilhas shermans
Onça parda capturada por armadilha fotográfica em trilha da Reserva Biológica das Perobas

Estudantes do terceiro ano do curso de Ciências Biológicas da Universidade Paranaense – Unipar, Campus Cianorte, participam de um importante trabalho científico na Reserva Biológica das Perobas. Eles ajudam o Geemea (Grupo de estudos em ecologia de mamíferos e educação) num levantamento sobre mamíferos não voadores que habitam a área.

As atividades são supervisionadas pelo professor doutor Henrique Ortêncio Filho, professor da UEM e da pós-graduação da Unipar. O objetivo é obter informações para elaboração do plano de manejo da unidade de conservação, ou seja, o documento que regerá as diretrizes para o manejo da conserva.

“Os mamíferos representam um grupo de grande importância à manutenção da diversidade e dos processos biológicos em ecossistemas naturais em termos de predação, dispersão de sementes, polinização entre outros”, explica o professor Ortêncio.

Ele informa que a Reserva Biológica das Perobas (Rebio das Perobas) representa um dos últimos refúgios para a fauna associada à floresta estacional semidecidual do noroeste do Estado. “Acredita-se que muitas das espécies de mamíferos anteriormente existentes na região estejam extintas ou à beira de extinção”, alerta, justificando a escassez de dados sobre esses animais no noroeste do Paraná.

Vagner Carlos Canuto, Rosenildo Simões de Andrade e Jonatan Wiliam Silva Soares são os estudantes da Unipar que compõem o grupo do professor. Desde o mês de junho, eles realizam coletas quinzenais em diversos pontos da área com o auxílio de armadilhas do tipo pitfall (recipientes plásticos com líquido para captura destinada a animais que habitam o solo) e sherman (espécie de gaiola utilizada para captura de uma grande variedade de mamíferos), além de armadilhas fotográficas.

Poucos roedores e marsupiais foram capturados até o momento, em função do marcante período seco, que ocorreu de junho a setembro. “Foi constatado o deslocamento de vários espécimes da fauna selvagem da reserva ao longo das trilhas na mata”, conta, informando que registraram nesse trajeto antas, jaguatiricas, gatos mouriscos e pumas.

Novos projetos terão início neste novembro na unidade de conservação. Os trabalhos, agora, terão como foco os morcegos oriundos de abrigos urbanos no entorno da Rebio das Perobas. Serão realizados projetos sobre diversidade, aspectos reprodutivos, ectoparasitismo e a relação entre os morcegos, os bichos-barbeiros e a doença de Chagas.

Geemea

O Geemea é composto por professores pesquisadores, biólogos e estudantes de graduação e pós-graduação. Já realizou estudos na área sobre outros grupos de mamíferos. Entre os trabalhos foram abordados os efeitos do desmatamento sobre a riqueza de espécies de morcegos, diversidade de ectoparasitas desses animais e parasitas sanguíneos de morcegos filostomídeos (que se alimentam de insetos e frutas).

“Em 2011, com o início das atividades da segunda turma da pós-graduação em Biologia de Animais Selvagens da Unipar/Cianorte, outras pesquisas serão direcionadas à unidade de conservação, de modo a enriquecer as informações sobre os diversos aspectos ecológicos dos mamíferos de nossa região”, diz Ortêncio.

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