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NOTÍCIA

Cascavel: As várias formas de ler o mundo de um professor historiador

Publicado em: 10/11/2010 às 15:30

O egresso Fábio Alves elogia o acervo bibliográfico e o corpo docente da Unipar. “Minha forma de ler o mundo é reflexo das fascinantes e atrativas aulas que tive”, diz

Graduado pela Unipar, Fábio Lopes Alves é professor universitário e autor de livro

O sonho de ser professor surgiu no ensino médio; a dúvida era qual matéria lecionar. O ex-aluno do curso de História, Fábio Lopes Alves, ingressou na Universidade Paranaense – Unipar no curso de Matemática, mas logo percebeu que sua vocação era ser historiador.

Segundo o professor, nas aulas de geometria analítica, ao invés de fazer os exercícios, lia e produzia textos, que mais tarde foram publicados em jornais locais, na seção opinião. “Quando recebi as notas do primeiro semestre, vi que seria um desastre como matemático. Foi aí que percebi o encantamento pelo curso de História e senti que me realizaria profissionalmente”, diz.

Graduado em 2005, atualmente Alves é professor mestre na Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), Campus Cascavel, e também já atuou como coordenador pro-tempore do curso de Comunicação Social/Jornalismo na Unemat (Universidade Estadual de Mato Grosso).

O sucesso na carreira é fruto da paixão pela história e pela docência, afirma Alves. Segundo ele, parte do mérito é da Unipar: “A estrutura física da Unipar é encantadora. No nosso caso, considerando que a biblioteca é por excelência um laboratório, me empolguei com a quantidade e qualidade do acervo. Qualquer livro que quisesse, podia buscar na biblioteca, que encontraria seguramente”.

Para ele, a pluralidade de orientação teórica dos professores é um diferencial: “Não tivemos uma formação teórica fechada em si mesma, mas conhecemos uma gama de possibilidades para, a partir daí, fazermos nossas opções. Eu fiquei fascinado pela possibilidade de pesquisa e leitura de mundo, que a corrente, conhecida como Nova História, me oferecia. Foi no bojo dessa perspectiva que encontrei como possibilidades de análise os ‘estudos de gênero’. Minha forma de ler o mundo é reflexo das fascinantes e atrativas aulas que tive com professores marxistas, estruturalistas e pós-modernos”.

O professor destaca que durante a graduação cursou a disciplina de Antropologia Cultural: “Foi uma das disciplinas que mais gostei. Tanto é que acabei fazendo meu mestrado em Antropologia na Universidade do Vale do Rio dos Sinos, no Rio Grande do Sul. Esse campo de estudo permite que o pesquisador/historiador conviva com o próprio objeto de estudo. É interessante, pois é a forma de se conhecer um pouco do outro, deixando nossos preconceitos de lado”.

Questionado sobre a profissão, Alves lembra a frase do historiador Edgar De Decca: “O dever da memória faz de cada um o historiador de si”. E afirma: “Ser historiador é assumir o compromisso de compartilhar nossas vivencias a partir da história oral. De igual modo, ser historiador é recusar a história oficial que nos foi contada quando estávamos no ensino médio, dentre elas, a de que o Brasil foi descoberto em 1500. Isso não é verdade. Mas foi somente no curso de História que fui aprender a verdadeira versão desse fato”.

O professor é também autor do livro ‘Noites de cabaré: prostituição feminina, gênero e sociabilidade na zona de meretrício’, resultado da sua dissertação de mestrado. Ele conta que, para escrever, conviveu durante seis meses em uma zona de meretrício, tendo, por diversas noites, pousado no ambiente da pesquisa, para levantar os dados que embasam o livro.

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