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Umuarama: Aula de campo leva turma de Ciências Biológicas à Mauá da Serra
Publicado em: 27/10/2010 às 14:10
Na Estância Manain, estudantes puderam exercitar técnicas de observação e captura de animais para registro e documentação
Participar de atividades de campo e discutir a importância da observação de animais para o desenvolvimento da pesquisa científica foram os motivos que levaram os estudantes do curso de Ciências Biológicas da Universidade Paranaense – UNIPAR a uma viajem até Mauá da Serra/PR (entre 9 e 10/10).
Acompanhados pelo técnico do Museu Interdisciplinar de Ciências, biólogo Edson Geronimo, quarenta estudantes do curso conheceram a Reserva Particular do Patrimônio Natural na Estância Manain. Eles foram guiados pelo biólogo responsável, Willian Luiz da Cunha, que é ex-aluno da Unipar.
Além de discutir sobre a importância da observação e coleta de animais para uma pesquisa científica, os acadêmicos aprenderam a utilizar várias técnicas de captura como armadilhas para pequenos animais, redes de neblina e rede da névoa e o pitfall.
Os acadêmicos tiveram a oportunidade de capturar animais raros como a cuíca, um marsupial brasileiro. “Seu ninho lembra um coco, mas ali dentro a cuíca se refugia com os filhotes que ficam agarrados na mãe. Como ocorrem com todos os marsupiais, os filhotes nascem como fetos não totalmente desenvolvidos e permanecem grudados na mãe até que se desenvolvam por completo”, explica Geronimo. “Segundo nosso guia, este foi o primeiro relato deste espécime nas dependências da reserva”.
Outra atividade realizada pelos acadêmicos foi a saída a campo, durante a noite, para captura de morcegos, pássaros e répteis. Geronimo conta que os animais foram identificados e fotografados e, após a biometria, todos foram devolvidos à natureza. No período da manhã foram analisadas as pegadas dos animais nas margens do rio que corta a reserva. “Foram realizados moldes das pegadas encontradas utilizando gesso para identificar e documentar os espécimes ali existentes”, disse.
Com o biólogo da reserva, a turma da Unipar aprendeu que lá existe uma espécie em extinção, o lobo guará. Esse canídeo grande e de aspecto elegante é encontrado na América do Sul e, devido às suas pernas longas e finas, se parece muito mais com uma raposa do que um lobo. Ele disse ainda que “seus uivados são ouvidos a grandes distâncias. E é por causa do som dos seus uivos, interpretado pelos indígenas como ‘gua-á, gua-á’, que essa espécie é chamada no Brasil de lobo guará”.
O evento fez parte do projeto de extensão ‘Viagem pedagógica do curso de Ciências Biológicas de Umuarama’.