Júri Simulado: Acadêmicos de Direito realizam julgamento de assassinato
Publicado em: 19/11/2018 às 15:00
Atividade foi baseada em caso real, ocorrido anos atrás na região; sentença resultou em 19 anos de prisão para o assassino
Todos os anos, o curso de Direito da Universidade Paranaense realiza um importante ‘Júri Simulado’, que abre oportunidade aos acadêmicos do 5º ano de vivenciar um julgamento. Realizado no Tribunal do Júri Simulado da Unipar [espaço especial para atividades práticas] e promovido pelo Núcleo de Prática Jurídica de Processo Penal, a atividade foi coordenada pela professora Fernanda Velasquez. A diretora do Instituto de Ciências Biológicas, Médicas e da Saúde, professora Irinéia Baretta, prestigiou.
O evento contou com a presença do juiz titular do Tribunal do Júri da Comarca de Guaíra, Matheus Pereira Franco, que presidiu o julgamento. O caso pautado foi o de um assassinato depois de uma briga por futebol, que aconteceu há mais de cinco anos, na região. O assassino e a vítima tiveram uma desavença e se encontraram, por acaso, anos depois, em um bar. O assassino foi para casa, buscou uma faca e matou o desafeto. Os nomes e datas foram alterados para manter o sigilo do caso.
No resultado do julgamento, o réu foi condenado a 19 anos de prisão por homicídio qualificado por motivo torpe, ou seja, quando mata por vingança por motivo desprezível. Todas as funções, menos a de juiz, foram assumidas por acadêmicos: réu, oficiais de justiça, policiais, escrevente, jurados, promotor, assistente de acusação e defensores.
O professor Doroteu Zimiani, auxiliado pela professora Mara Rubia Oliveira, conduziu os trabalhos. Ele explica que o júri simulado exige muito estudo e preparação dos acadêmicos, que sempre correspondem: “O evento cria uma expectativa muito grande nos alunos, que se envolvem bastante, mesmo sendo apenas um simulado. E os professores fazem muito bem, também, a sua parte: ajudam a garantir a qualidade dos trabalhos, instruindo seus alunos, que nunca desapontam seus mestres”.
O juiz convidado, Matheus Franco, afirma que a atividade tem grande impacto na carreira dos acadêmicos: “Quanto mais práticas eles vivenciam, melhor ficam preparados para atuar nos plenários e nas audiências, que é a parte que, acredito, geram maior dificuldade”. Ele elogiou a atuação de todos: “Tanto a acusação quanto a defesa se saíram muito bem; deu para ver que estavam bem preparados”.
A acadêmica Priscila da Silva Romero conta que passou muitos dias estudando o caso. “Tivemos que verificar todos os fatos, antecedentes criminais do réu, qual foi a acusação.... Foi cansativo, mas muito gratificante, pois conseguimos fazer uma ótima apresentação. O aprendizado que fica é a sensação de dever cumprido e de estar refletindo sobre uma questão social, independente da sentença final”.
A acadêmica Raissa Arantes Tobim ressalta que o juiz teve uma abordagem muito didática e explicativa: “Ele nos permitiu vivenciar todos os procedimentos do júri, o que foi muito importante, pois vai além do aprendizado em sala de aula”.