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Projeto do Cejusc e Unipar protege filhos em conflitos de ruptura familiar
Publicado em: 14/11/2018 às 15:00
‘Oficina de Pais’ reúne famílias com processos judiciais em andamento e vem alcançando ótimos resultados
Desde 2015, a Universidade Paranaense – Unipar e o Centro Judiciário de Resolução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), com apoio da Vara de Família da Comarca de Francisco Beltrão, desenvolvem ‘Oficinas de Pais’.
O objetivo é transmitir aos participantes informações e esclarecimentos sobre a necessidade de continuidade das relações parentais após a ruptura conjugal. O projeto visa a valorizar a coparentalidade, com a criação de um espaço seguro e confiável à compreensão das diferenças entre conjugalidade e parentalidade.
Desta forma, os coordenadores do projeto buscam facilitar a aceitação de novos arranjos familiares, servindo de ferramenta à resolução dos conflitos pelos quais atravessam, sem a necessidade de intervenção de terceiros.
Podem participar das oficinas famílias com processos judiciais em andamento, que envolvam demandas referentes à guarda, exercício do direito de convivência e alimentos, bem como ações relativas a divórcio e dissolução de união estável, quando interesses de crianças e adolescentes estejam envolvidos.
Também podem ser direcionadas ao projeto pais que não possuem demanda judicial, mas que buscam alternativas no cuidado com os filhos no momento da convivência separada.
Para a servidora do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), Laíza Zanatta Crestani, o projeto é interessante por conscientizar os pais em relação à importância de proteger aqueles que mais precisam de cuidado no momento do conflito: os filhos. “Estes ficam muitas vezes esquecidos enquanto se discute quem está certo ou errado, sob o ponto de vista jurídico”, afirma.
No âmbito do Poder Judiciário, é bastante perceptível a diferença na fala e nas atitudes das partes que participam da ‘Oficina de Pais’. “Isso porque a ‘Oficina de Pais’ é pensada para ser o primeiro ato do processo nas demandas afetas ao Direito de Família, antes mesmo da audiência de conciliação; assim, as partes conseguem conversar melhor durante a audiência”, explica Laíza.
Segundo ela, o acordo não é o objetivo principal do projeto, mas é salutar: “Quando há o comparecimento de ambas as partes na ‘Oficina de Pais’, o acordo é alcançado em quase cem por cento dos casos”, destaca.
De acordo com Luceli Donatti, responsável técnica do Cejusc-Unipar, o projeto proporciona aos alunos da graduação o contato direto com a prática da Justiça Restaurativa, além de prestar um relevante serviço social.
“Trata-se de uma importante ferramenta na promoção da cultura de pacificação social proposta pelo Judiciário, na medida em que estimula o diálogo entre as partes envolvidas no conflito e, consequentemente, devolve a elas a autonomia para decidir o que é melhor para os filhos”.
As oficinas acontecem nas duas últimas quartas-feiras de cada mês, no período vespertino, com duração aproximada de quatro horas, na Unipar.