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Computação: Participação feminina nesse reduto masculino tende a aumentar
Publicado em: 25/09/2018 às 14:00
Profissionais que se formaram na Unipar dizem que estão ganhando destaque e conquistando cada vez mais espaço na área; acadêmicas seguem otimistas, inspiradas nelas
Pesquisas apontam que na área das tecnologias de informação os homens predominam. Mulheres são poucas: 20%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, e 15%, de acordo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC).
Embora esta disparidade dá sinal de que tende a diminuir, ser mulher na área de computação, segundo elas próprias, é difícil por conta dos preconceitos que ainda existem e que acabam valorizando mais o homem. E pior: elas ganham menos que eles.
Na Universidade Paranaense, que oferece cursos de TI nas Unidades em Umuarama, Toledo, Paranavaí, Cianorte, Cascavel e Francisco Beltrão, a situação se comprova: o número gira em torno de 10% a 20% do quadro total de alunos. Mas, inspiradas nos conceitos de igualdade de gênero, campanhas realizadas por professores buscam mudar este quadro.
O curso mais empenhado é o de Sistemas de Informação da Unidade de Paranavaí, que, aliás, é coordenado por mulher. [Em tempo: é um dos que exibem os melhores conceitos no MEC.] Segundo a professora Claudete Werner, são poucas no meio acadêmico e empresarial, porém elas estão fazendo história na computação brasileira. “Ainda há muito a se conquistar, mas com audácia, determinação e perseverança estaremos cada vez mais fortes e presentes”.
Ela se orgulha das alunas que tem. E que teve. Uma delas, Ana Paula Carrion, formada em 2014, já trabalhou para a DB1 Global Software, uma das maiores empresas de tecnologia da informação do Brasil, e atualmente é analista de negócios na Disys, empresa que atua inclusive no exterior.
Ana Paula conta que o interesse pela área surgiu dentro de casa com o sucesso conquistado pelo irmão. A partir disso, buscou a área da tecnologia para a carreira profissional. “Tudo que vivenciei na graduação com meus professores e orientadores, além de toda a dedicação, foram cruciais para o sucesso que estou conquistando. Amo o que faço e me sinto uma profissional realizada!”, diz a egressa da Unipar.
Outra egressa da Unipar que virou o jogo foi Nathália Carlos de Freitas. Ela já trabalhou na prefeitura de Alto Paraná, nas empresas Ápice Sistemas em Paranavaí e IDBrasil Sistemas em Maringá e, atualmente, está na Benner Tecnologia e Sistemas de Saúde no posto de Analista de Suporte.
Ela conta que sofre, sim, com o machismo, mas está dando a volta por cima: “Dentro desses cinco anos de experiência com clientes, repetidas vezes eu ouvi que homem faz melhor esse trabalho e, muitos, não queriam ser atendidos por mim, por acharem que eu não seria capaz. Agora, tenho esses clientes fidelizados, pois perceberam que meu trabalho é bom, fato que muito me orgulha”.
Hoje o curso em Paranavaí conta com apenas oito mulheres, mas segundo a coordenadora, “todas são muito dedicadas e vocacionadas”. Ela cita a acadêmica Caroline Torsani Smecelato, única mulher no 3º ano, mas que não se intimida por isso.
Caroline endossa. Ela conta que sempre teve incentivo da família para a graduação e nela tem colhido bons frutos. A acadêmica já estagiou em um projeto da Prefeitura de Paranavaí e foi a primeira mulher a trabalhar na iCode Sistemas, empresa de software coordenada por dois professores do curso. Agora ela assumiu a função em SQA (Garantia de Qualidade de Software) na empresa.
A acadêmica converte as dificuldades que encontra em encorajamento para dedicar-se ainda mais e mostrar que tem habilidade. “Passei por muitos problemas na minha vida pessoal, porém, de maneira nenhuma, isso fez com que eu não conseguisse atingir meus objetivos profissionais”, relata.
Além disso, Caroline diz que se inspira em grandes mulheres da área como Ada Lovelace, considerada a primeira programadora da história, Camila Achutti, dona de duas startups com foco em inovação e com faturamentos milionários, e Fiamma Zarife, diretora geral do Twitter no Brasil. “Também pretendo chegar lá”, orgulha-se.