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Pesquisa Científica: Acadêmicos de Odontologia são destaques no Pebic/CNPq
Publicado em: 30/08/2018 às 16:00
Carine Zanchin e Eduardo Benassi realizaram estudos visando à saúde bucal de crianças e população acamada, respectivamente
No âmbito da academia, a Universidade Paranaense – Unipar valoriza, além do ensino em sala de aula e nos ambientes especiais de cada curso, o atendimento à comunidade e o incentivo à pesquisa científica. Assim, novos estudos têm surgido nos bancos acadêmicos e contribuído para o desenvolvimento local, regional e, porque não dizer, do país. É o caso dos acadêmicos do curso de Odontologia/Unidade de Cascavel, Carine Zanchin e Eduardo Benassi, que pleitearam e concluem com êxito a participação no Pebic/CNPq (Programa Externo de Bolsas de Iniciação Científica).
Os dados levantados servirão para futuros descobrimentos ou até para futuros investimentos públicos nos locais. Duas pesquisas distintas foram realizadas, ambas sob a orientação da professora Dra. Daniela Boleta, que destaca a importância da pesquisa para o desenvolvimento da consciência científica e social do acadêmico. “É extremamente satisfatório perceber o crescimento não apenas técnico, mas também humano dos alunos que desenvolvem pesquisa clínica”. Os trabalhos versaram sobre a saúde bucal da criança e de acamados.
A pesquisa de Carine teve por objetivo avaliar se há melhora da condição bucal da criança quando o dentista está presente na Escola, ensinando a higienizar, acompanhando e, inclusive, encaminhando para tratamento na Unidade do Programa Saúde da Família, que não vai a todas as escolas ou bairros. O estudo envolveu 148 crianças, do 2º ano do ensino fundamental, sendo visitadas 10 escolas públicas de Cascavel, cinco que contam com a presença de dentistas, e cinco sem o profissional.
Segundo as considerações da estudante, os dentistas não estão visitando as escolas com a frequência que deveriam: “As visitas acontecem apenas duas vezes ao ano, periodicidade considerada insuficiente para ensinar uma noção de higiene bucal para crianças de 6 a 7 anos, que começam a ter os primeiros dentes permanentes”, avalia.
A acadêmica visitou uma escola que recebeu o dentista quatro vezes no ano e constatou que a incidência de cárie é bem menor. “De 17 crianças, 12 nunca tiveram cárie; já na escola em que o dentista foi uma única vez no ano, de 14 crianças, apenas 1 não tinha cárie”, revela, concluindo que a frequência do atendimento está relacionada à qualidade da boca da criança, sendo essencial a atuação do dentista na escola, para ensinar como a escovar: “É preciso investir em promoção de saúde para ter resultado positivo na vida da criança”.
Também com importantes resultados, a pesquisa de Eduardo envolveu 50 pacientes acamados na cidade de Toledo/PR, totalizando uma amostra de 12,1% do número total de acamados. Todos os voluntários relataram possuir uma causa de acamamento ou alterações sistêmicas, sendo os de maiores prevalência: AVC (32,0%, n=16), trauma (22,0%, n=11) e Alzheimer (8,0%, n=4).
“A intenção foi levar assistência odontológica aos acamados, que não conseguem se locomover até a UBS pela debilitação, instruir sobre higiene oral e registrar todos os casos de dúvidas”, pontua, esclarecendo que foram encontrados casos de cáries, lesões de tecidos moles, fraturas e restaurações defeituosas.
Detalhadamente, o acadêmico avalia que referente ao IPV (Índice de Placa Visível), que classifica a higiene oral dos pacientes, comparando a primeira visita com a segunda, houve aumento na classificação: ‘bom’ - de 1 para 9 pacientes (800%) de melhora, na ‘regular’ - de 11 para 12 (9,0%) de melhora, e na ‘fraca’ - uma queda de 13 para 4 (69,3%) de melhora.
Assim, de todos os pacientes avaliados na pesquisa 10% (n=5) tinham feito a última visita ao dentista há menos de um ano, 22% (n=11) entre um e dois anos, e 68% (n=34) há mais de 3 anos.
“O resultado demonstra que a higiene oral está ligada à dedicação do cuidador, contudo, este precisa de acesso ao cirurgião-dentista do Sistema Único de Saúde em domicílio e instrução de como higienizar a boca, o que não aconteceu nos casos avaliados”, afirma.
Os estudantes concordam que estar inserido em um programa de pesquisa agrega muito conhecimento, estimula o pensamento crítico e melhora a escrita, além das oportunidades, principalmente para o profissional que tem interesse em se dedicar à pesquisa e ingressar em um mestrado.
“A Universidade nos mostrou a possibilidade de ingressar no programa e deu todo o apoio, assim, conseguimos visualizar uma realidade que propiciou uma visão diferente da vida”, elogia Eduardo, destacando o apoio da prefeitura de Toledo, que forneceu materiais e dados para sua pesquisa, a qual encerrou com encaminhamentos de pacientes para atendimento na atenção secundária do município.