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Transgêneros: Palestra reúne acadêmicos de Direito e dos cursos de ciências da saúde
Publicado em: 28/08/2018 às 15:00
Ministrada pela pesquisadora da área, Tereza Rodrigues Vieira, o evento discutiu questões sobre mudança de nome, gênero e sexo
No mundo todo, a questão sobre os direitos dos transgêneros está sendo cada vez mais discutida. Acompanhando, a Universidade Paranaense – Unipar, Unidade de Umuarama, promove com frequência debates com seus alunos e professores.
O último reuniu turmas de Direito, Estética e Cosmética, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Medicina, Nutrição, Odontologia e Psicologia. Organizado pelos cursos de Medicina e Direito, o evento contou com a presença de cerca de 450 acadêmicos.
A palestrante, professora Tereza Rodrigues Vieira, abordou diversos temas, desde a questão jurídica da mudança de nome e gênero, até a questão da saúde na mudança de sexo. PhD em Direito pela Universidade de Montreal/Canadá, doutora pela PUCSP-Université Paris e especialista em Bioética pela Universidade de São Paulo (USP), Tereza é professora titular do mestrado em Direito Processual e Cidadania da Unipar.
Entre os conteúdos apresentados, a doutora Tereza discorreu sobre a mudança de sexo na história da justiça brasileira, as dificuldades do processo de mudança, as leis e direitos dos transgêneros, a realidade sobre o psicológico e emocional, além de apresentar casos reais e dados das cirurgias.
De acordo com a professora, suas pesquisas sobre o assunto iniciaram-se há mais de 20 anos: “Comecei com minha tese de mestrado sobre o direito de mudança de nome. Depois, me aprofundei e decidi levar esse tema para o doutorado abordando a adequação do sexo”.
Ela afirmou que após isso as pessoas transgêneros começaram a procurá-la para ingressar com ação na justiça. “Naquela época as ações demoravam muito tempo, pois a pessoa precisava ter feito a cirurgia de mudança de sexo, e mesmo tendo feito, as ações podiam durar três, quatro anos, sem garantia de vencer. Como eu fiz tese sobre o assunto, eu trazia conhecimentos da área da medicina, da psicologia e do direito para poder fundamentar minhas teses jurídicas e ganhar os processos”, explicou.
Depois de muita luta, a doutora comemora a evolução nos direitos dos transgêneros: “Graças a essa luta eles conseguem ir diretamente ao cartório e fazer a adequação do nome e do gênero, independente da realização da cirurgia ou de pareceres médicos e psicológicos”.
O reitor Carlos Eduardo Garcia, que prestigiou o evento, concorda que esse debate é importante para os futuros profissionais: “Nós vivemos em tempos modernos, vivenciando transformações diariamente. A questão dos transgêneros faz parte do nosso dia a dia e todo profissional precisa estar atualizado sobre o assunto, por isso incentivamos discussões como essa”.
Ele também salienta a necessidade de um atendimento respeitoso com os transgêneros: “Os acadêmicos devem estar aptos a lidar com esses casos. Além do conhecimento técnico, o principal é saber prestar um atendimento humanizado, tratando as pessoas com dignidade e sem preconceito e é isso que procuramos reforçar na Universidade Paranaense”.