UNIPAR - UM ESPAÇO PARA O SEU TALENTO

Em solidariedade aos haitianos, população atingida por terremoto no começo deste ano, o Exército Brasileiro enviou alguns contingentes do batalhão de Cascavel e região para mais uma missão de paz no Haiti. Antecedendo a viagem, o tenente coronel Forjaz convidou o curso de Psicologia da UNIPAR para desenvolver um projeto de apoio às famílias dos militares engajados na missão.

À frente do trabalho estão as psicólogas Aracelle Takase e Monique Färber, que atuam como responsáveis técnicas do CPA (Centro de Psicologia Aplicada) da UNIPAR. O objetivo deste Grupo Psicoterapêutico é escutar e atender às necessidades psicossociais dos familiares; propiciar um ambiente neutro em que as emoções possam ser expostas e trabalhadas; e favorecer o vínculo militar/família antes e após a missão.

No intuito de estabelecer o vínculo psicóloga/militar/família, duas reuniões foram realizadas com todos os escalados e suas famílias. “Às vésperas da partida foram feitas algumas escutas terapêuticas de suporte e realizadas entrevistas individuais com 26 militares voluntários. Após o embarque, algumas pessoas procuraram o serviço de apoio psicológico e a escuta terapêutica foi feita por telefone com toda responsabilidade ética”, contam.

As psicólogas informam que as reuniões de grupos acontecem quinzenalmente no CPA, com esposas, pais, filhos, sogras e demais pessoas significativas. Segundo elas, o trabalho é uma inovação dentro da Psicologia, sendo desenvolvido apenas em Porto União/SC e exige muita pesquisa e conhecimento científico: “Para nós, é uma satisfação entrar na área militar que tem sua própria política e boa aceitação”. Elas agradecem ao Exército pela oportunidade de proporcionar às famílias receptividade e conforto e a coordenadora do curso, professora Diocleide Silva, pelos primeiros contatos e apoio ao projeto.

Com a missão de paz, a ONU (Organização das Nações Unidas) e as Forças Armadas Brasileira visam garantir a estabilização da Paz no Haiti, restaurar a ordem, pacificar e desarmar grupos guerrilheiros e rebeldes, promover eleições livres e informadas e contribuir para o desenvolvimento institucional e econômico local.

Citando as pesquisadoras Schincariol e Vasconcelos, elas dizem que o trabalho se justifica pelos fatores estressores que acometem a família do militar neste processo: “As pesquisadoras relatam que a vida militar apresenta características peculiares, que podem ser consideradas eventos estressores, tanto para os militares quanto para suas famílias; a principal é o afastamento”.