Tempo de Matar: Direito realiza júri simulado baseado na obra de Grisham
Publicado em: 21/05/2018 às 16:00
Acadêmicos são estimulados a treinar a argumentação e o debate dentro de um julgamento
Atividades práticas são essenciais para preparar o acadêmico para o mercado de trabalho. Com o objetivo de exercitar a argumentação e o senso de julgamento, o curso de Direito da Universidade Paranaense – Unipar, Unidade de Umuarama, realizou um júri popular simulado, atividade anual para que o acadêmico tenha a experiência de atuar na área.
Neste ano, a obra que serviu de embasamento para o evento foi ‘Tempo de Matar’, de John Grisham. As turmas do primeiro ano diurno e noturno fizeram parte da atividade, interpretando réu, acusação, defesa e júri. O professor Luíz Irajá, titular da disciplina Teoria Geral do Direito Civil, presidiu a sessão. Estudantes de ensino médio de escolas públicas e particulares foram convidados; cerca de 300 compareceram. Somados aos universitários, mais de 600 assistiram ao júri.
O livro retrata o cruel estupro de uma menina negra por dois homens brancos drogados e embriagados, que chocou a população de Clanton, no Mississipi/EUA. A posterior vingança do pai da vítima divide a opinião pública entre os que apoiam o ato extremado em nome da filha e os que não admitem que um negro acabe, em hipótese alguma, com a vida de um branco.
No julgamento pelo júri popular simulado do curso de Direito da Unipar, o réu foi absolvido por cinco votos a dois. O professor Luíz Irajá diz que a atividade cumpriu o objetivo de estimular a leitura, a interpretação de textos, o pensamento jurídico, a consciência crítica do aluno e o inicia na prática de argumentação e oralidade.
Além disso, ressalta que as novas turmas têm se empenhado em superar as turmas anteriores, na oratória e exposição das doutrinas. “A reflexão sobre estupro de vulnerável e racismo foi esclarecedora: os alunos se superaram. Tivemos excelentes debates [apresentação das teses] entre acusação e defesa”, elogia.
Confira a sinopse da obra
O drama transforma a cidade num ponto de atração para repórteres, fotógrafos e cinegrafistas de todo país. Em meio a todo espetáculo da mídia e tanta gente querendo aparecer – policiais, advogados, promotores, juízes e lideranças radicais -, eis um desafio pelo qual Jack Brigance, um jovem e competente advogado, sente-se irremediavelmente atraído: defender um homem negro que resolveu fazer justiça com as próprias mãos. À frente do caso, Brigance quase perde a mulher, vê sua casa ser incendiada, o marido de sua secretária ser espancado, sua estagiária sofrer um atentado e seu segurança ficar paralítico por causa de um tiro destinado a ele. Os ataques da Ku Klux Klan, porém, não o intimidaram, afinal, o racismo não pode sobrepujar um pai.