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NOTÍCIA

Parceria Unipar e delegacia: Projeto ‘Estética em Ação’ capacita presas

Publicado em: 02/04/2018 às 15:00

Acadêmicas ensinam técnicas de beleza a doze mulheres que estão em regime temporário na 19ª SDP

Dia da beleza: Melhora da autoestima é um dos objetivos
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Presas ganharam massagem, também
Psicólogo Howeler, acadêmicas e a professora Daiane

Mulheres presas do Setor de Carceragem Temporária da 19ª Subdivisão Policial de Francisco Beltrão ganharam um dia de atenção especial, proporcionado pelo projeto de extensão Estética em Ação, do curso de Estética e Cosmética da Universidade Paranaense – Unipar.

O pátio de tomar sol se tornou um salão de beleza, onde as presas ganharam massagem e maquiagem. Ao final, uma foto foi tirada delas produzidas para ser enviada aos familiares. A cadeia pública abriga atualmente 12 mulheres, sendo seis condenadas e seis em regime provisório.

Segundo a coordenadora do projeto, professora Daiane Carneiro, no primeiro encontro houve uma atenção especial com o embelezamento das presas, visando resgatar a autoestima. “Contudo, o foco do projeto é a profissionalização”, destaca. “A cada 15 dias serão ministrados treinamentos pelas acadêmicas para qualificar as detentas para o mercado de trabalho quando ganharem liberdade”, acrescenta a professora, que supervisiona os trabalhos.

"O mercado de beleza está em crescimento e, quando saírem da cadeia, elas poderão montar seu próprio negócio ou atender em domicílio; já nesses primeiros contatos demonstraram que têm bastante vontade de aprender", empolga-se a professora, lembrando que para as alunas o projeto é também muito importante, porque elas colocam em prática o aprendizado recebido em sala de aula. 

O projeto tem o acompanhamento também dos psicólogos da Defensoria Pública de Francisco Beltrão, João Paulo Howeler e Delair Pandolfo. Howeler conta que as presas não têm produtos de maquiagem e nem como se cuidar dentro da prisão. "Esta atividade é uma forma de elas se sentirem bem, olharem para si e se gostarem”, afirma.

Pandolfo acrescenta que a maior dificuldade das egressas do sistema penal é conseguir emprego quando ganham liberdade, em virtude do estigma que carregam por terem sido presas. "Algumas delas ainda saem com a tornozeleira eletrônica, então começamos a observar que era necessário dar autonomia para não reincidirem no mundo do crime. E isso só é possível através da profissionalização. Muitas delas têm filhos e precisam ter uma renda, se não ganham uma nova oportunidade, não tem como sobreviver", argumenta, agradecendo o apoio da Unipar.

Ocupar o tempo ocioso

Josué Andreata, chefe de carceragem da 19ª SDP, salienta que a Defensoria e o Depen (Departamento Penitenciário) estão empenhados em levar atividades para ocupar o tempo ocioso das presas. "Temos o setor de trabalho e mais esses cursos profissionalizantes para ajudar a prepará-las para quando saírem daqui. Ou seja, terão uma profissão". Ele informa que está em andamento outros projetos com parceria da Unipar, envolvendo os cursos de Psicologia e de Enfermagem da.

Uma das presas* diz que gostou da iniciativa. Ela conta que chegou a começar um curso profissionalizante uma vez, mas desistiu. "Dessa vez estou disposta a levar adiante", promete. Ela acredita que sair da cadeia com uma profissão será decisivo para conseguir um emprego. "Depois que a gente sai da prisão isso é bem difícil, mas com um curso profissionalizante torna-se mais fácil".

Para outra detenta*, o curso é uma oportunidade para recomeçar. Ela é mãe de quatro filhos e quer muito trabalhar quando ganhar a liberdade. "Aumenta a esperança de poder ajudar meus filhos", afirma. Ela conta que as dicas e orientações sobre beleza também serão fundamentais para enfrentar a rotina entediante da prisão. "Quando elas [alunas e professoras] vêm parece que a gente está lá fora", exclama. [Por respeito, as presas não foram identificadas pela reportagem.]

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