Cascavel: Reconhecimento do humano é tema de palestra para funcionários
Publicado em: 20/08/2010 às 10:50
A professora do curso de Psicologia do Campus de Umuarama e da UEM, Sylvia Mara de Freitas, afirmou que é preciso ensinar o outro a nos aceitar na nossa diferença e que o confronto de ideias enriquece o homem
Humanizar significa respeitar o trabalhador enquanto pessoa. Com a premissa de valorizar as relações interpessoais e fortalecer a harmonia no ambiente de trabalho, a Universidade Paranaense – UNIPAR, através da equipe de Gestão de Treinamentos, reúne seus funcionários para importantes discussões. Recentemente, o Campus Cascavel recebeu a professora do curso de Psicologia do Campus-Sede e ouvidora da UNIPAR, professora Sylvia Mara Pires de Freitas, que palestrou sobre ‘A necessidade do reconhecimento do humano nas relações’.
Mestre em psicologia social e da personalidade, Sylvia levantou alguns questionamentos, como o que é a verdade, como o ser lida com o conflito, o que o homem quer provar quando faz uma escolha, como se dão as relações de poder e como funciona a ética capitalista.
Na palestra, a professora abordou a definição de duas filosofias: o empirismo (acredita nas experiências como únicas) e o idealismo (mundo das ideias). Segundo ela, o ser humano escolhe a maneira que vai se condicionar: “Construímos verdades para depois nos submetermos ao que criamos, a verdade passa a ser um valor moral para a vida e reproduzimos esta verdade sem questioná-la”.
Sobre a relação entre o homem e o mundo, ela afirma que são distintos, mas independentes. Conforme a estudiosa, o mundo instiga ao idealismo, contudo, os pais ensinam seus filhos a competir e não a agregar. “Lidamos com o humano como se fosse coisa, quando devemos valorizar o outro”, diz.
Outra importante relação destacada pela docente foi entre a consciência humana e o mundo. A professora indagou que a consciência precisa do mundo para preencher seu vazio e o mundo da consciência para ser significado, nominado e conhecido: “Ao captar o mundo e significá-lo, o homem age sobre o mundo de acordo com a maneira que o significa”.
A palestrante frisou que ação do homem é intencional, o que faz com que ele não possa descartar a responsabilidade pelas suas escolhas. E acrescentou: “O homem precisa das escolhas para sair da angústia do vazio, assim, ele busca no outro sua completude momentânea. Somos a tentativa de nos totalizar a cada escolha, por isso a fazemos, mas nem sempre temos saída e precisamos aprender a conviver com o vazio”.
Segundo ela, valores são construídos por questões morais, sociais e religiosas, fundindo passado e futuro no hoje. “Temos um projeto de vida e escolhemos o que achamos merecer, podendo rever nossas decisões dentro dos limites. Se o homem pode escolher ele é livre, se é livre é responsável por suas escolhas, se é responsável vive a angústia por desconhecer as consequências”.
O evento foi realizado via Diretoria Executiva das Gestões e Relações Trabalhistas e contou com o apoio da direção do Campus e do Prove (Programa de Valorização da Educação). Segundo a diretora, professora Débora Venturin, a palestra foi um momento de conhecimento, autoavaliação e de compartilhar projetos de vida: “Como seres humanos precisamos refletir sobre nosso dia a dia e nossos relacionamentos”.