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Evento de História debate cultura dos povos indígena e africano
Publicado em: 20/04/2017 às 17:00
Convidados discutiram símbolos, iconografias e desafios políticos dos índios, e características da população afro
Significativo na História do Brasil, o Dia do Índio, celebrado em 19 de abril, foi lembrado também pela Universidade Paranaense – Unipar, que organizou uma programação intensa, com o propósito de valorização da cultura indígena. A promoção foi do curso de História e atraiu acadêmicos de outras graduações e instituições, além de estudantes de colégios de Cascavel e professores da rede pública e particular.
‘Indígenas e africanos: teatro, palestra e reflexões’ foi o tema do evento gratuito. Abrilhantaram a noite apresentações musicais e peças teatrais, intituladas ‘Indígena: aquele que vê mais longe’ e ‘Mitologia africana’. O contexto lembra que os índios já habitavam o país quando os portugueses aqui chegaram, em 1500.
Uma das convidadas a compartilhar conhecimento foi a professora guarani Jaxy Rendy, da aldeia Tekoha Vera Tupã’i, de Campo Mourão. Sua fala apresentou símbolos e iconografia Guarani Kaingang, ressaltando a pintura corporal e o trançado da cestaria. A indígena explica que são escritas com mais de 12 mil anos – a pintura no corpo representa a cultura e o povo a que pertence, e o trançado da cestaria conta a vida e história de cada família.
Para falar sobre os atuais desafios políticos dos povos indígenas, foi convidado o professor Paulo Porto, o qual enalteceu que o povo indígena tem seu direito colocado em risco por meio de projetos de Lei e emendas constitucionais que têm por objetivo evitar novas demarcações de terras e liberar terras indígenas para exploração de mercado e ganho de capital. “Este é um momento sombrio, que devemos denunciar e nos aliar a esses povos e sua luta”, disse.
No tocante aos povos, outra discussão relevante atentou para as características da população afro, contada pelo professor Edilson Marques Miranda (Unesp/Bauru), que viveu no continente Africano, em Angola e África do Sul, de 2008 a 2010.
O professor contextualiza que África significa ‘sem frio’. Assim, o calor local acompanha as características da população: “melanina, narina aberta para chegar aos 33 graus, lábios com maior camada de gordura para suportar as variações bruscas de temperatura, olhos são como óculos escuros, cabelo encaracolado para que o vento passe e mantenha o cérebro arejado e a língua apropriada para fazer o som das vogais”.