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Cascavel: Aulas expositivas mostram a complexidade da psique humana
Publicado em: 03/08/2010 às 10:50
Duas visões de homem e de mundo foram estudadas: a da Psicologia Fenonemológico-Existencial e da Psicologia Analítica
Na disciplina de Psicologia Geral, ministrada na 1ª série do curso de Psicologia da Universidade Paranaense - UNIPAR, a professora mestre Marivania Cristina Bocca, trabalhou questões referentes à concepção do termo subjetividade, assunto bastante complexo e que é estudado e compreendido pela área, por meio de diversas e diferentes teorias.
“Através de aulas expositivas trabalhamos a necessidade de conhecer e compreender a complexidade dialética da psique humana”, afirma. Para melhor compreensão e apreensão dos conteúdos programáticos, os alunos apresentaram trabalhos, articulando as teorias com assuntos diversos da atualidade.
Segundo a professora, alguns grupos escolheram apresentar seus trabalhos utilizando recursos artísticos, como encenação: “Cada um dos trabalhos, trouxe de forma espontânea e criativa reflexões críticas sobre a perspectiva histórico-cultural do ser humano”.
Para um dos autores estudados, Rey (1999), a subjetividade é entendida como uma realidade do ser humano; como um sistema de significações e sentidos constituídos nas relações que o sujeito estabelece no seu contexto social.
“Trabalhamos um sujeito datado, sócio-histórico, que tem vontade e age de forma consciente. Esta forma de trabalho possibilita aos alunos, além da apreensão do conteúdo, que cada um constitua sua subjetividade como ator de sua própria existência e não como um mero coadjuvante”, constatou a professora.
Ela explica que para a construção destes trabalhos, os alunos assistiram, além das aulas expositivas, o filme ‘Persona’, do autor Ingmar Bergman, que conta a história de uma atriz que ‘surta’ durante a apresentação da tragédia Electra: “O filme desperta no expectador reflexões diversas, em especial, seus sentidos implícitos sobre a formação de nossa subjetividade”.
De acordo com a professora, no 2º bimestre foram trabalhadas duas visões de homem e de mundo: a da Psicologia Fenonemológico-Existencial e da Psicologia Analítica. Nos demais bimestres, os alunos estudarão outras teorias que buscam a compreensão ou explicação da personalidade a depender de como cada uma delas pensa a construção do que se entende por personalidade.
“Um dos aspectos focados nesse trabalho foi a perspectiva da Psicoterapia Fenonemológico-Existencial, que pressupõe uma visão de personalidade, como um conjunto de características do existir humano, consideradas e descritas de acordo como são percebidas e compreendidas pela pessoa no decorrer da vivência cotidiana (Forgheri - 1997)”, observa.
Outro enfoque, conforme a docente, foi a abordagem Analítica, em que, segundo Jung (1985), “a personalidade revela uma simples máscara da psique coletiva, máscara que aparenta uma individualidade, procurando convencer os outros e a si mesmo que é uma individualidade, quando, na realidade, não passa de um papel no qual fala a psique coletiva”.
Para a acadêmica Margarida Casalli Betto, as aulas expositivas propõem fixar melhor o conteúdo e dirimir dúvidas. Também proporcionam maior interação entre os membros da turma e a possibilidade de descontração e desinibição, para que se perca o receio de se manifestar em público. “Como futuros profissionais serão inúmeras situações em que teremos que enfrentar o público”, atenta.
Por meio de leituras, pesquisas e exposição, a estudante ressalta que o ser humano é construtor de sua vida e tem liberdade para fazer suas escolhas, sendo que tudo depende delas: “Acima de tudo, aprendemos que somos responsáveis pelas nossas escolhas e assumirmos o resultado de nossos atos e que, ao fazermos escolhas, somos também responsáveis pelo mundo que nos cerca até para transformá-lo para melhor. Sartre já dizia: O que importa não é o que fizeram de mim, mas o que eu faço com o que fizeram de mim”.
Margarida fundamenta que, conforme a Teoria Analítica de Jung, “para obter sucesso nas escolhas, principalmente a profissional, faz-se necessário utilizarmos a introspecção para nos conhecermos melhor, ou seja, buscarmos o conhecimento de nós mesmos, quem realmente somos e o que queremos. Isso irá nos ajudar a potencializar nossos próprios talentos e aplicá-los melhor em nossas escolhas. Precisamos também nos despir das personas (máscaras) que utilizamos ou nos apresentamos ao mundo, para assim, sem influências externas, decidirmos por aquilo que realmente somos e queremos, firmando nossa personalidade”.