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WCAG: Estudante cria website com ferramenta de acessibilidade
Publicado em: 19/12/2016 às 15:20
Projeto foi selecionado e está nos anais do 24º Simpósio Internacional de Iniciação Científica da USP
A internet no Brasil ainda está longe de ser inclusiva e democrática. A afirmação é da estudante Bruna Estefani Mata, que vai se formar este ano no curso de Sistemas de Informação, pela Universidade Paranaense, em Paranavaí. Ela diz que chegou a esta conclusão depois de avaliar trinta sites do governo no quesito acessibilidade.
“Utilizei a ferramenta AcessMonitor e infelizmente os resultados ainda são bastante expressivos com a inconsistência de uso das WCAG, que são padrões de acessibilidade; ou seja, os sites apresentam falhas quando o assunto é acessar”, conta a estudante. Tal situação fez com que ela criasse uma website com ferramentas de usabilidade e acessibilidade, que se tornou tema do seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso).
“Vivemos em um mundo com muita diversificação de tecnologias na internet, portanto precisamos de ferramentas mais democráticas e igualitárias, que possam ser usadas em sistemas computacionais que facilitam as informações para qualquer tipo de usuário”, argumenta, afirmando que a acessibilidade e usabilidade é pouco utilizado e usufruído por desenvolvedores especialistas em software.
As duas palavras são sinônimos de padrões de qualidade em softwares, mas muitas vezes essa qualidade é pensada após o desenvolvimento do produto, o que é errado, defende Bruna. “É como construir um prédio e depois quebrar tudo para realizar adaptações, como rampas para cadeirantes; o resultado sempre será caro e a acessibilidade duvidosa”, exemplifica.
Muitas vezes a acessibilidade, segundo a estudante, é vista como algo obrigatório: “Só cumprir a legislação não basta; temos que entender que a acessibilidade é para mudar o ambiente computacional, dando oportunidades para qualquer usuário torná-lo um ambiente de qualidade. As empresas precisam ter consciência de que qualidade não tem custo: é um investimento, uma vantagem competitiva, pois é bem mais barato manter um cliente do que conquistar um novo”.
A futura bacharel em Sistemas de Informação ressalta ainda que no caso de um recurso de acessibilidade em um ambiente web demorar mais de duas horas para atender cada usuário significa não ter facilidade, eficiência e portabilidade. “Essas três palavras definem como devem ser os produtos computacionais dotados de aplicações de acessibilidade”.
No website criado pela estudante o internauta encontra informações sobre a comunidade católica Nossa Senhora das Graças, localizada em Marilena/PR, que podem ser visualizadas por qualquer pessoa, inclusive por aquelas que possuem algum tipo de limitação. Para conferir acesse www.cnossasenhoradasgracas.com.br.
Reconhecimento
A pesquisa da acadêmica Bruna Estefani Mata conquistou nota 10 na apresentação à banca avaliadora e gerou resultados significativos, como a publicação de um artigo nos anais do 24º SIICUSP (Simpósio Internacional de Iniciação Científica USP), com o tema ‘Nível de Acessibilidade Web Brasileira fundamentada na avaliação das WCAG 2.0’. “Ter meu artigo reconhecido e aceito por um evento internacional da USP é muito gratificante; significa que todo o meu esforço valeu a pena”, comemora.
Devido à sua relevância, a pesquisa também foi mostrada aos telespectadores do programa Saúde com Ciência, apresentado pela professora Evellyn Wietzikoski e veiculado nos canais de televisão da Unipar, em Umuarama (também disponibilizado na internet).
A orientadora da aluna foi a professora Claudete Werner, coordenadora do curso de Sistemas de Informação da Unipar. “Bruna escolheu um tema valoroso e desenvolveu o trabalho com muita competência, desde o projeto à execução; eis porque ganhou notoriedade”, exclama a professora.
Ela diz que o curso se esmera no objetivo de proporcionar aos acadêmicos oportunidades para que desenvolvam seu potencial no âmbito pessoal, social, humano e cultural: “O estágio abre caminhos para que pratiquem todo o conhecimento adquirido ao longo do curso, com projetos em que possam buscar e propor solução de problemas reais na área de informática, complementando, dessa forma, a formação profissional e possibilitando ainda, a aquisição de experiência prática e aperfeiçoamento técnico-científico na área de informática”.