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NOTÍCIA

Inclusão: Estudante da Unipar inventa e monta óculos para deficientes visuais

Publicado em: 30/11/2016 às 16:00

Por meio de ondas sonoras, equipamento alerta usuário ao se deparar com obstáculo acima da linha da cintura

Na apresentação do seu TCC, Hélio Cesar de Souza demonstra como funcionam os óculos
Equipamento de baixo custo é direcionado para pessoas com limitação total da visão
Formando em conversa com a professora Evellyn Wietzikoski, durante entrevista para os canais de tv da Unipar
Estudante Hélio e o professor Tiago Bonetti mostram os óculos

Pesquisa da OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta que em torno de 39 milhões de pessoas no mundo possuem algum tipo deficiência visual. Os números são preocupantes. Atentos a essa estatística e utilizando a tecnologia como aliada, pesquisadores ao redor do mundo têm realizados estudos para reduzir cada vez mais as dificuldades que esses deficientes encontram na convivência do dia a dia. 

As pesquisas resultam na criação de equipamentos e aparelhos que buscam facilitar a independência dessas pessoas, interferindo diretamente na sua qualidade de vida. Como exemplo podemos citar os óculos sonar, produto que já é comercializado no Brasil e em outros países. Usando a ideia como inspiração, o acadêmico da Universidade Paranaense, Hélio Cesar de Souza Junior, também desenvolveu um protótipo dos óculos.

“De acordo com os estudiosos, a visão é responsável por 90% da nossa comunicação com o mundo externo; então, ao fazer as pesquisas para o meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) decidi optar por esse projeto com a intenção de também contribuir de alguma forma, proporcionando mais segurança e independência às pessoas que possuem deficiência visual”, explica o aluno, que vai ser formar neste ano no curso de Sistemas de Informação da Unipar de Paranavaí. Com orientação do professor Tiago Piperno Bonetti, o projeto alcançou nota 10 na banca de avaliação.

O aluno conta que os óculos funcionam da seguinte forma: “Quando a pessoa o coloca no rosto e começa a caminhar, o aparelho emite uma onda sonora inaudível ao ouvido humano; essa onda é dissipada e retorna ao dispositivo sempre que encontra um obstáculo. O tempo de retorno da onda é convertido em centímetros e o sistema operando no dispositivo avalia o nível de periculosidade dessa distância, de acordo com critérios já programados. Após identificar o nível, o sistema interno identifica qual tipo de alerta ele deve disparar e, assim, o alerta é disparado, orientando a pessoa a parar”.

Ele ressalta que o equipamento é direcionado para pessoas com limitação total da visão e foi desenvolvido com material de baixo custo: “A armação foi adquirida com vendedor ambulante e a placa que possui o microcontrolador é uma arduino nano, facilmente encontrada na internet. Utilizamos ainda um bipe sonoro e um motor de vibração para emitir os alertas, um botão para realizar a alteração dos alertas e uma bateria portátil, que é conectada aos óculos por conexão USB; os componentes foram fixados na armação com fita dupla face”. 

A coordenadora do curso, professora Claudete Werner, enaltece a importância técnica e social do trabalho do aluno, elogiando o projeto e a competência na execução. “A ideia é boa, o trabalho foi muito bem elaborado e os resultados foram surpreendentes! O curso de Sistemas de Informação se orgulha de concluir os estágios supervisionados com um grande aproveitamento e excelentes contribuições, como esta do Hélio. Ele está de parabéns!”.

Mais orgulhoso ainda está o orientador do acadêmico, o professor Tiago Piperno Bonetti: “Acredito que uma formação profissional pode mudar a vida de uma pessoa, e ver esse processo acontecendo com um projeto que pode melhorar o dia a dia de várias pessoas em aspectos práticos é muito gratificante!”.

Patentear a invenção

Os óculos criados pelo estudante têm a função de identificar os obstáculos acima da linha da cintura. “Ocasionalmente as pessoas se movimentam de cabeça erguida e reta; sendo assim, ele alerta ao usuário qualquer obstáculo mais alto, aquele que a bengala não consegue identificar, como é o caso de algumas placas, caçambas de caminhão e armários”.

O formando ficou tão feliz com o seu projeto que tem planos de melhorar o protótipo e realizar mais testes. “Se os resultados forem positivos pretendo patentear minha invenção e tentar colocar o dispositivo no mercado”, anima-se, afirmando que além de todo o conhecimento adquirido na área técnica, o projeto lhe proporcionou um olhar mais humano da realidade. “Mostrou-me que por mais simples que seja o seu trabalho, ele pode fazer a diferença e mudar completamente a vida de alguém”.

O projeto chamou a atenção da equipe de comunicação da Instituição, que o convidou para apresentar a ideia aos telespectadores do programa Saúde com Ciência, apresentado pela professora Evellyn Wietzikoski e veiculado nos canais de tv da Unipar, em Umuarama (também disponibilizado na internet).

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