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Professores, profissionais e acadêmicos dos cursos de Direito de instituições de ensino superior de Toledo e Cascavel acompanharam na quarta-feira, 26, no Teatro Municipal de Toledo, uma exposição sobre controle jurisdicional de políticas públicas da professora aposentada da USP,  Ada Pellegrini Grinover, 83 anos.

Considerada uma das maiores juristas do país, com diversos livros publicados, tanto na área de literatura como na de Direito, ela, que também atuou como pró-reitora de graduação, é referência em diversos temas jurídicos.

O evento foi organizado pela subseção da Ordem dos Advogados de Toledo, com apoio das IES (Instituições de Ensino Superior) da região, entre elas a Universidade Paranaense. O convite partiu do colega de faculdade do empresário e advogado Pedrinho Furlan, da turma de 1957 da USP.

Em sua palestra, a professora doutora Ada fez questão de lembrar alguns momentos vividos ao lado do ex-colega antes de abordar o tema proposto, voltado exclusivamente ao Direito. Com base nestas experiências, que considera inesquecíveis, ela disse que gostaria de recomendar aos jovens de hoje, muitos deles integrando a plateia que a ouvia, que refletissem sobre o comportamento de cada um, principalmente em relação às redes sociais.

“São meios de comunicação que, me parece, fazem os jovens passar pela vida com menos intensidade; as redes sociais são importantes pelo poder de estímulo e mobilização, mas é fundamental que não descuidem dos contatos pessoais, de falar de olho no olho, de saber o que se diz ao outro e do que ele realmente quis dizer para você, exclusivamente para você”.

Para a jurista, o poder judiciário assumiu um novo papel na sociedade: “O Judiciário, na organização pública atual do Estado Democrático de Direito, ocupa um novo papel: ele não é mais apenas aquele que interpreta as leis e examina o passado, mas é aquele que também é protagonista, em harmonia e para o controle do exercício de outros poderes. Aquilo que se chama ativismo judicial, que é ainda muito criticado, a meu ver, não é nada senão a consequência desta nova função que o poder judiciário ocupa, desenho constitucional da Constituição de 1988, naquilo que é chamado Estado Democrático de Direito. Acho perfeitamente claro que tem que se eliminar os abusos pessoais, pode haver em alguns casos abuso de poder, prepotência, que são vícios, mas a postura do Judiciário brasileiro está perfeitamente correta”.

Para o Coordenador do Curso de Direito da Unipar, professor Daniel Alexandre Beal, a palestra tornou-se uma oportunidade aos acadêmicos de fortalecer a sua base de formação extraclasse: “Foi uma oportunidade rara de ouvir uma jurista com a qualidade da professora doutora Ada, que é citada como referência em diversos processos de relevo e também reconhecida internacionalmente; nossos alunos souberam aproveitar”.