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Bocha adaptada: Professora da Unipar relata participação em Paraolimpíada
Publicado em: 23/09/2016 às 17:00
Técnica da equipe da unidade de Toledo, Fábia Freire Silva diz que experiência foi um “divisor de águas” e que pretende aproveitá-la em suas aulas e projetos
A professora da Universidade Paranaense – Unipar, Unidade de Toledo, Fábia Freire da Silva voltou entusiasmada dos Jogos Paralímpicos, onde participou como voluntária (de 7 a 18 de setembro).
No Rio de Janeiro, a professora, que é técnica da equipe de rendimento de bocha adaptada da Unipar, atuou auxiliando na competição da modalidade. “Foi uma experiência impagável! Diria que um divisor de águas, o antes e o depois da Paraolimpíada”, exclama.
Ela conta que, em meio a uma energia muito positiva, houve uma grande troca de experiências. “Só não foi maior por conta das limitações da língua”, lamenta, dizendo que só fala o básico no inglês.
Como atuou no local de competições, manteve contato com equipes de todos os países participantes, conhecendo um pouco da estrutura, tipo de materiais utilizados, sistema de trabalho com os atletas, entre outras particularidades da modalidade.
Conforme a professora, em seus contatos pôde observar também o envolvimento de outros profissionais, auxiliando no desenvolvimento dos atletas, para que eles sejam campeões, respeitando as suas limitações, físicas ou intelectuais.
“A bocha é uma das modalidades recomendadas para atletas com limitações mais severas; por isso, eles são divididos em categorias, respeitando as limitações de cada um”, esclarece, informando que o Brasil foi campeão na categoria BC4 e vice no BC3.
Para ela, a participação foi também uma “injeção de ânimo”, o que a instiga a planejar novas parcerias para assegurar um maior desenvolvimento do esporte. “Uma delas pode ser com o curso de Fisioterapia da Unipar”, sugere.
Ela acredita que o envolvimento de cursos da área de tecnologia, para a pesquisa de novos materiais que poderão ser utilizados, também seria uma boa iniciativa.
“Percebi que é preciso aproveitar o máximo do atleta, desenvolvendo as habilidades que ele possui; respeitando as suas limitações, o objetivo, sim, é o rendimento, mas é preciso trabalhar as habilidades que a pessoa possui, para que ele aproveite melhor do pouco que tem à sua disposição”, argumenta.
Nos Jogos, ela também observou e se encantou com a alegria dos atletas em poder participar de uma competição deste porte, como se fossem atletas sem qualquer tipo de limitação, e o envolvimento das famílias, do público, torcendo e vibrando a cada conquista.
“Somente em ver a alegria deles a gente volta com muitas ideias, mais motivada, com mil coisas na cabeça, possibilidades de patrocínio, que podem se refletir em mais incentivo ao desenvolvimento do esporte”, ressalta a professora, acrescentando que, mesmo em Toledo, que possui um projeto “mais modesto”, foi possível avançar bastante.
O projeto de bocha adaptada foi implantado em Toledo em fevereiro de 2013, depois da formação das equipes de parabadminton e de handebol em cadeiras de rodas. “Hoje a equipe conta com quatro atletas de rendimento e uma estrutura de apoio bem melhor do que a iniciada há quase quatro anos”, assegura.
“Na época, sentíamos a necessidade de buscar uma modalidade esportiva que atendesse pessoas com deficiências mais severas; a bocha veio como uma alternativa”, completa.
Os atletas das três modalidades são assistidos pelo projeto de extensão universitária AMA, coordenado pelo curso de Educação Física da Unipar. A equipe de bocha adaptada treina às quartas e quintas, das 14h30min às 16h30min.