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Conceito de terrorismo é discutido em grupo de estudos de História
Publicado em: 28/06/2016 às 15:40
Professores e estudantes debateram também origens históricas, desdobramentos e implicações desse ato no mundo atual
O Centro Acadêmico de História organizou mais um encontro do Grupo de Estudos em História, com a parceria dos professores Fausto Irschlinger e Gisele Silva Santos. O tema em pauta é o terrorismo - o que é, onde e quando se manifestou na história, suas formas, intencionalidades dos grupos terroristas e a ideia de confronto entre Ocidente Cristão X Oriente Islâmico.
Para o próximo semestre está previsto estudo sobre História do Gênero e estudantes de todas as áreas podem participar. O objetivo do grupo é estimular o acadêmico a formular opiniões e debatê-las, conscientizando-o de que o conhecimento é uma construção social, da qual ele pode, e deve, ser co-participante e não mero assimilador.
O presidente do Cahist, Jeferson Wruck, salienta que há anos o terrorismo tem sido um tema recorrente na mídia, sobretudo após o atentado contra o WTC em 2001. Porém, com a ascensão do ISIS, no Oriente, e do Boko Haram, na África, a questão foi levada a outro estágio. Endossa que a violência usada como propaganda e espetáculo, somada à desinformação e ao preconceito, provoca apreensões e tensões no cenário atual.
O estudante/pesquisador argumenta que “o principal objetivo do terrorismo é difundir o pânico e a confusão em seus alvos. Matam-se dezenas para afetar psicologicamente milhares. Formar conclusões apressadas, estigmatizar o Oriente e difundir discursos de ódio contra os islâmicos apenas aprofundam o fundamentalismo, a incompreensão, o rancor, a beligerância e, desse modo, contribui unicamente para os propósitos do próprio terrorismo”.
Diante deste contexto, defende a relevância de pesquisar e dialogar sobre algo que constitui a antítese da intolerância: “Estudar para alcançar suas origens e entender suas motivações é a única maneira de desarticulá-lo. O terrorismo não é um ato tão somente despropositado, irracional e, muito menos, unilateral. Ele possui objetivos, intenções, financiamento e pode se manifestar de várias formas, algumas violentas, outras insidiosas. Tomá-lo como objeto de estudo é importante, pois provê subsídios para entender que atos aparentemente isolados estão conectados no amplo e complexo desenvolvimento histórico”.
Para o grupo, é fundamental ao historiador debater a atualidade, Já que a História é, sobretudo, o estudo do presente, pois revela como ele foi construído pelas ações da humanidade no decurso do tempo. “Estudar o terrorismo exige um esforço por parte do historiador para tentar acessar uma mentalidade diferente, um ‘mundo’ diferente, ao mesmo tempo em que analisa criticamente seus próprios valores e a cultura em que foi formado”, observa.