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NOTÍCIA

Projeto Cemesp recebe uma tonelada de documentos históricos do Sudoeste

Publicado em: 03/05/2016 às 15:50

Universidade fará toda recuperação, catalogação e digitalização do material da antiga Colônia Agrícola Nacional General Osório

Espaço do projeto foi oficialmente inaugurado com a presença de autoridades locais e regionais
O prefeito Antônio Cantelmo Neto prestigiou o evento
O diretor da Unipar, professor Claudemir José de Souza
Assinatura do convênio entre a Unipar e a Prefeitura
Assinatura do convênio entre a Unipar e a Prefeitura
Evento foi prestigiado por autoridades locais e regionais
Evento foi prestigiado por autoridades locais e regionais
Evento foi prestigiado por autoridades locais e regionais
Convidados visitam o espaço do Cemesp
Convidados visitam o espaço do Cemesp
Projeto do curso de História abre chance para estágio

Cerca de uma tonelada de material, entre documentos, fotos, registros e livros de contabilidade da antiga Colônia Agrícola Nacional General Osório (Cango) foi repassada pela Prefeitura de Francisco Beltrão ao Centro de Memória do Sudoeste do Paraná (Cemesp) há duas semanas. O convênio entre o Governo Municipal e a Universidade Paranaense - Uni­par para a limpeza, catalo­gação e arquivo do acervo foi oficializado na noite de 26 de abril, em evento que tam­bém marcou a inauguração do espaço físico do projeto, coordenado pelo Curso de História.

“O que estamos fazendo aqui, hoje, é um marco na preservação não somente dos materiais, mas da nossa própria identidade enquanto beltronenses e sudoestinos”, afirmou o prefeito Antonio Cantelmo Neto (PMDB), na cerimônia. “Todo este material estava guardado no memorial do Departamento de Cultura e agora terá o de­vido tratamento como o pri­meiro acervo do Cemesp, uma iniciativa que é inédita na região e que tem tudo para se fortalecer e ajudar a preservar nossa história”, enfatizou o prefeito.

A assinatura do convênio também contou com o di­retor municipal de Cultura, Miguel Seymur, o diretor da Unipar, Claudemir José de Souza, o coordena­dor do curso de História, Odair Geller, e o presiden­te da Amsop (Associação dos Municípios do Sudoeste Paranaense) e prefeito de Marmeleiro, Luiz Bandeira. A Câmara foi repre­sentada pelo vereador Cle­ber Fontana.

Espaço centraliza docu­mentação histórica

Criada em 1943 pelo presidente Getúlio Vargas, a Cango (Colônia Agrícola Nacional General Osório) servia como uma facilitado­ra da colonização na região, assentando e auxiliando as famílias que vinham ao Su­doeste do Paraná em busca de terras para se estabelecer. A documentação da Cango foi reunida inicialmente na década de 80 pela Prefeitu­ra, depois ficou no quartel do Exército e antes de ser cedida ao Cemesp estava abrigada no Memorial do Departamento de Cultura.

A estimativa é de que mais de cinco anos sejam necessários para a conclu­são do processo de arqui­vamento de todo o acervo. No Cemesp, os documen­tos inicialmente recebem limpeza e tratamento para manterem as característi­cas; depois é feita a catalo­gação em um sistema online e, por último, a digitalização. Um projeto do Cemesp, junto ao Ministério da Cul­tura, prevê a compra de um scanner e criação de um site para disponibilizar toda a documentação do local.

Cemesp incentiva pesquisas

Para o coordenador do curso de História, professor Odair Geller, a organização de um espaço que centralize a documentação histórica incentiva a produção de pesquisas sobre a região. “Nosso curso tem uma atu­ação em duas frentes, a da licenciatura e a da pesquisa, e com o Cemesp consegui­mos garantir o desenvolvi­mento de pesquisas científi­cas a partir do acesso a estas fontes, que têm muito a nos dizer sobre nosso passado”, frisou o professor.

Odair adiantou que al­guns documentos do acer­vo, como cartas trocadas entre pioneiros da região, já estão servindo de fontes para pesquisa de um artigo do próximo livro do curso, a ser lançado em outubro des­te ano e que pela primeira vez terá somente temas lo­cais e da região. O Cemesp pretende receber acervos de outras prefeituras e institui­ções da região.

 A documentação é de todos

Em seu discurso, o professor Odair Geller falou da importância de preservar os docu­mentos, que não são de nenhuma institui­ção, são de todos. “Esta documentação, que dá conta do nosso passado, não é de ninguém, é de todos; não é um bem que pode ser posto a sete chaves, porque ela pertence à sociedade sudoesti­na”, ratifica o professor.

“A documentação que recebemos e à qual nós oferecemos guarda não é algo que foi dado à Unipar e ao curso de História, não é propriedade da Unipar e do curso de Histó­ria, mas é um bem que a partir de agora será cuidado com esmero, será manipulado pelas mãos de pessoas que têm uma verdadeira paixão pelo velho, por um velho revelador realmente consistente, um velho que constitui a chave do crescimento saudável do povo”.

Ele avisa que todas as pessoas podem colaborar com o Cemesp, “que não se torna dono dos documentos, mas os organiza, arquiva e preserva para que sejam úteis aos pes­quisadores”, reitera. Os documentos podem ser doados ou simplesmente emprestados, para cópia.

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