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Unipar recebe ex-atleta paraolímpico para palestra sobre domínio da mente
Publicado em: 29/04/2016 às 15:20
Atleta da seleção brasileira de remo adaptado durante quatro anos, Moacir Rauber levou os jovens da plateia a refletir sobre o tema de seu mais novo livro, Ladrão de si mesmo
O curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Universidade Paranaense – Unipar, Unidade de Toledo, promoveu uma atividade especial para seus acadêmicos: convidou o ex-atleta paraolímpico e coach Moacir Rauber, autor de quatro livros, para uma palestra (em 26/04). O diretor da Unidade, professor Roberto Niero, abriu o evento.
Estudantes secundaristas de quatro escolas públicas – Jardim Europa, Jardim Porto Alegre, Dario Velozzo e Preme – também foram chamados para ouvir o escritor, que atualmente reside na Alemanha e está no Brasil para a divulgação da sua mais recente publicação, Ladrão de Si Mesmo.
“Quando vi o tema desse livro, imediatamente associei com o momento em que vive a nossa juventude, com a evasão muito grande de estudantes nas escolas e universidades, com a falta de rumo de nossos jovens e quis trazer o Moacir para falar a estes alunos e fazer com que eles, os jovens, aprendam a prender este ladrão”, diz o coordenador do curso, professor Sérgio Ferrazoli, ao explicar a importância do evento.
O livro, contou Rauber para a plateia que lotou o auditório da Unipar, percorre a trajetória de um personagem chamado Dimas, que se autoidentifica como bom ladrão. “Mais aí surge um questionamento: Um ladrão pode ser bom? Mesmo que ele seja bom no fundo continua sendo um ladrão.”
Segundo ele, o livro se propõe a fazer com que as pessoas façam uma reflexão e comecem a perceber como elas se roubam nas relações, sejam pessoais ou profissionais, quando não se entregam totalmente; como as pessoas se roubam nas organizações, nas equipes, quando não entregam o melhor de si.
“Quando isso ocorre, estou roubando de mim a possibilidade de transformar potencial em talento, sendo que potencial é tudo o que eu imagino que poderia ser e talento é o que coloco a serviço da comunidade”, argumentou.
Ele também afirmou que no momento em que a pessoa não coloca todo o seu talento a serviço, à disposição de uma comunidade ou instituição a que pertença, está roubando de si aquilo que é de melhor dela. “Somos todos grandes ladrões”, sentenciou, acrescentando ainda que “ao olharmos para outras pessoas, que acusamos de criminosas, por desvios de recursos públicos, por exemplo, estas pessoas já roubaram de si muito antes de roubar dos outros: elas roubaram de si a integridade, a honestidade, a credibilidade”.
Para Rauber, este é o tema que está subjacente à história do livro, que não tem teoria, mas a descrição da trajetória de um personagem: “Todo o conteúdo que fundamenta este personagem se baseia nas emoções , nas reflexões e nas ações e sugere que devemos trabalhar as emoções, transformando-as em sentimentos, em estado de ânimo para depois tomar a melhor decisão e concluir, realizando a melhor ação”.
No livro, para os leitores mais atentos, ele conta um pouco de sua própria história, e o quanto roubou dele, segundo afirma, depois de um acidente que o deixou paralítico. Hoje, diz ele, “abriram-se novas portas e estou muito satisfeito com as metas que estabeleci aos 30 anos, muitas delas já alcançadas”.
Embora fale bastante sobre o tema, afirma Moacir, ele não tem uma receita pronta: “Cada um tem que tomar consciência do seu estado e a partir disso definir para onde quer ir. O ponto de partida para que você prenda o seu ladrão é tomar consciência. A tomada de consciência permite que você faça as suas escolhas conscientes, isso sim é liberdade, a liberdade de fazer as escolhas conscientes, que permite que alcancemos aquilo que queremos alcançar, não os que os outros querem”.
Moacir afirma que hoje escrever, conversar com as pessoas, saber que muitas vezes uma palavra pode influenciar positivamente uma pessoa, o realiza. ”Nós sempre nos preocupamos muito em alimentar o próprio corpo. Mas nós não alimentamos a mente e, se não dominarmos a própria mente, a mente nos mente, porque nós não somos a nossa mente. Este é o grande diferencial, dominar a nossa mente para mostrar a ela o que queremos”.
Hoje, acrescentou, “muitas pessoas se deixam levar pela inércia, pela preguiça mental e vão onde querem ir; o resultado de não dominar a mente é fazer sempre a mesma coisa e permitir que ela nos leve para onde não queremos ir”.
Atleta da seleção de remo adaptado durante 4 anos e tendo participado de três campeonatos mundiais, Moacir assegurou a sua vaga nas Olimpíadas de Pequim, mas não pode ir em função de uma lesão: “Eu não pude ir, mas o Brasil foi muito bem representado; fechou-se uma porta, mas abriram-se outras e esta é a sequência da vida”.
Em ano de Olimpíadas no Brasil, colocou, é oportuno lembrarmos que atleta de rendimento é um bom exemplo de domínio da mente. “Para ter disciplina física é preciso disciplina mental; as duas coisas andam juntas. O atleta de rendimento é um exemplo sensacional de pessoas que têm disciplina física e mental”.