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Pesquisa de mestrado comprova eficiência de fungo para degradar corantes industriais
Publicado em: 01/04/2016 às 11:22
A autora, mestre Magali Ferreira Tavares, estudou enzimas produzidas por fungo extraído de bagaço de cana-de-açúcar
No Brasil, o descarte de efluentes têxteis gera muita polêmica, pois, quando não tratados, provocam impacto negativo no meio ambiente. No processo de tingimento de tecidos, o volume de poluentes é elevado e, por isso, os índices de contaminação são preocupantes.
Essa situação inspirou a acadêmica do programa de pós-graduação stricto sensu em Biotecnologia Aplicada à Agricultura da Universidade Paranaense – Unipar, Magali Ferreira Tavares, a estudar o comportamento de enzimas produzidas por fungos de bagaço de cana-de-açúcar para serem utilizadas na eliminação de corantes de efluentes têxteis.
Tema de sua dissertação, os resultados da pesquisa mostraram que esses fungos, que ela coletou em Umuarama, produzem um conjunto de enzimas capazes de degradar corantes com estruturas complexas. Segundo Magali, enzimas são proteínas produzidas pelos organismos vivos que desempenham a função de catalisadores, ou seja, têm a propriedade de acelerar reações químicas.
“As enzimas desse fungo foram capazes de degradar seis diferentes corantes industriais, sendo que alguns deles foram completamente degradados em 24h”, informa a mestre. “Os fungos convertem materiais orgânicos contidos no bagaço que são transformados em enzimas e biomassa; a biomassa dos fungos pode ser utilizada em várias finalidades como aditivo de ração animal, na remoção de metais pesados do ambiente e para a produção de alimentos funcionais”, complementa.
Ela conclui, no estudo, que as enzimas desses fungos podem ser uma alternativa mais eficiente e ambientalmente correta para a eliminação de poluentes: “No Brasil, 20% dos corantes têxteis utilizados nos processos de tingimento são descartados nos efluentes devido a perdas ocorridas no processo e, uma vez no ambiente, os corantes são considerados grandes poluidores, pois são persistentes e podem ter efeitos tóxicos sobre a fauna e a flora”.
Segundo a orientadora do projeto, professora Juliana do Valle, é possível destacar enzimas com grande potencial para aplicações industriais: “A pesquisa mostrou que as empresas precisam buscar por processos que denigram menos o meio ambiente e, por meio destes, é possível criar o desenvolvimento de métodos eficazes para o tratamento de efluentes”.
A pós-graduação Biotecnologia aplicada à Agricultura é oferecida, na Unipar, em nível de mestrado e doutorado.