Cascavel: Professora fala sobre relacionamento interpessoal em Braganey
Publicado em: 06/07/2010 às 16:00
A psicóloga Marivania Bocca palestrou para alunos do ensino fundamental e médio, esclarecendo que ter liberdade não significa fazer tudo o que se quer e que na vida existem limitações e regras
Parcerias entre Universidade Paranaense – UNIPAR e colégios estaduais de Cascavel e região se reafirmam a cada encontro. Visando cumprir o papel de orientar a comunidade, a professora do curso de Psicologia, Marivania Bocca, ministrou palestra sobre ‘Relacionamento interpessoal’, para cerca de 250 alunos do Colégio Estadual José de Alencar, de Braganey (em 14/6).
De acordo com a docente, antes de falar de relacionamento interpessoal, faz-se necessário explicar o conceito de liberdade, assunto que causa uma série de interrogações e de confusões conceituais: “Na palestra trabalhamos o conceito filosófico do existencialismo de Jean Paul Sartre, que fala que o ser humano está condenado à liberdade e pode escolher o que fará de sua vida, sem que haja um destino previamente concebido”.
A palestrante lembra que a liberdade implica em limitações: “Ao nos depararmos com nossas limitações cotidianas, vamos fazer outras escolhas, que envolvem um conceito de liberdade que contempla também a questão da responsabilidade”.
Segundo especialistas em Psicologia Existencialista, não há quem não se encante com a ideia de liberdade, mas se engana aquele que entende a liberdade como isenta de preocupações ou acha que tudo é permitido, tudo se justifica. Não é dessa liberdade que a Psicologia Existencialista fala.
Voltada para jovens de 11 a 17 anos, a palestra buscou conscientizar que não se pode desconsiderar que a realidade sempre impõe regras a serem respeitadas e delas dependem a convivência saudável de uma comunidade. “A ideia de liberdade, no sentido de poder fazer tudo o que se quer, é uma ilusão”, ratifica.
Também foi frisado que o ser humano vive diante de incertezas, de um mundo que valoriza o ter (coisas, dinheiro, sucesso) e acaba por desprezar e minimizar o humano, o ser, os sentimentos, a espontaneidade, a criatividade e o respeito com o outro.
“Precisamos nos perguntar: que escolhas devemos fazer diante das questões da vida diária? Mas antes precisamos saber: onde queremos chegar?”, instruiu a mestre.
Na palestra, a professora citou o autor de vários artigos sobre relações humanas, psicoterapeuta e professor José Paulo Giovanetti. Ele destaca que o homem vive a ‘Era do Vazio Existencial’, que tem aparecido com mais força no mundo atual, em que a perda de sentido se expressa com mais força (perda de valores morais, amor, respeito, afeto, dedicação, olhar para o outro como pessoa e não como objeto).
Para o psiquiatra espanhol Enrique Rojas (1996), esta é a ‘Era do Homem Light’: sem conteúdo, entregue ao dinheiro, ao poder, ao sucesso, ao gozo ilimitado e a vida sem restrições.
“Com este tipo de palestra, que a UNIPAR tem proporcionado aos jovens, é que iremos resgatar valores morais, como honestidade, responsabilidade, senso de justiça, solidariedade, amizade, respeito ao próximo e às leis, empatia tão necessária nas relações humanas”, afirma Marivania.