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Paranavaí: Professora ministra conferência em Congresso na Espanha
Publicado em: 09/10/2015 às 10:20
Tania Conceição Iglesias falou sobre aporte da educação franciscana no período colonial; ela é pesquisadora desta área
A pesquisadora da Universidade Paranaense - Unipar, Unidade de Paranavaí, professora Tania Conceição Iglesias, foi conferencista em um importante evento realizado na Universidade Jaén/Espanha. O Congreso Internacional "Gutierre González y el Renacimiento – Entre Roma y la Monarquia Hispánica" aconteceu na cidade de Jaén, Andaluzia (entre 09 e 12/09).
Doutora em História e Filosofia da Educação pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e mestre em Fundamentos da Educação pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), ela abordou ‘O aporte da educação franciscana no ideário pedagógico de Gutierre González Doncel no período colonial americano’.
Para acadêmicos de várias partes do mundo, a professora da Unipar, que é membro do Grupo de Pesquisa História, Sociedade e Educação no Brasil (Histedbr), falou sobre fonte documental, do gênero pedagógico-doutrinal produzida na Espanha, no início do século 16 e utilizada na América Colonial pelos primeiros missionários franciscanos, então responsáveis pela evangelização deste continente.
O documento raramente conhecido nos meios intelectuais brasileiros tem interessado aos pesquisadores, notadamente os denominados americanistas, devido a sua precoce circulação entre os evangelizadores sob o domínio da coroa espanhola, sobretudo, o emprego desta obra como manual pedagógico no processo de evangelização do “novo mundo”, explica a professora.
“O reconhecimento desses estudos para além das fronteiras brasileiras, mais especificamente na Europa, decorre de sua originalidade”, informa. O tema situa-se no quadro da experiência de pesquisa da autora, que dá continuidade à sua tese de doutoramento intitulada ‘a experiência educativa da ordem franciscana: aplicação na América e sua influência no Brasil colonial’. “A tese, em vias de publicação, apresenta uma extensa e meticulosa pesquisa sobre a experiência educativa dos frades missionários naquele tempo e espaço, onde se manifesta o ideário do Gienense tardomedieval”, acrescenta.
Segundo ela, a conferência, que foi proferida a representantes de grupos de pesquisa de respeitadas universidades (da França, EUA, Itália e México, além da Espanha), versou sobre temas que trouxeram à discussão “a historiografia envelhecida com a finalidade de resgatá-la por meio do reavivamento da memória a respeito do personagem”.
Neste contexto histórico, a pesquisa da professora doutora da Unipar tem grande peso, pelo fato de mostrar concretamente o influxo das ideias do Gienense sobre os campos educativos americanos e, por conseguinte, brasileiro. “As minhas pesquisas revelam o que teoricamente só se podia conjecturar. E eu penso que essa foi a minha melhor contribuição. Hoje eles já podem assegurar a presença das ideias educativas desse personagem histórico, ainda que indireta, aqui no Brasil. Ou seja, o influxo das ideias de Gutierrez González no continente americano”, afirma Tania Iglesias.
De acordo com a pesquisadora, tanto para os americanistas - estudiosos da América em geral – como para os pesquisadores da realidade brasileira em específico, a contribuição do seu trabalho incide sobre o mesmo aspecto, ou seja, sobre a historiografia – a história escrita. “Tem a mesma proficuidade que é auxiliar no entendimento da nossa constituição cultural”, enaltece.
Saber como se deu a nossa identidade cultural é definitivamente necessário para nos compreendermos, defende a autora, que entende que é essa a função da história: “A ninguém foi dado a capacidade de conhecer outro homem, ou a si mesmo, senão pelo conhecimento da sua história: de onde veio, como viveu, com quem viveu, a que se dedicou, enfim, nós somos, todos, frutos da nossa história; se desejamos nos conhecer, devemos nos voltar ao passado para entender como fomos forjados”. Para ela, assim também o é com a constituição de um país. “A configuração cultural de uma nação se dá em seu processo de desenvolvimento. É preciso conhecer essa trama histórica se desejamos entender-nos culturalmente”, arremata