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F Beltrão: Engenheiro dos prédios mais altos do país palestra na Jornada de Engenharia Civil
Publicado em: 10/09/2015 às 15:40
Renato da Rosa, de Camboriú, foi um dos convidados da Semana Acadêmica de Engenharia Civil
O engenheiro civil Renato da Rosa, responsável pelos prédios mais altos do Brasil, todos localizados em Balneário Camboriú/SC, defende que os municípios brasileiros liberem o gabarito de altura dos edifícios, como uma forma de verticalizar o crescimento das cidades e atrair investimentos. Ele foi um dos palestrantes da Semana Acadêmica de Engenharia Civil da Universidade Paranaense (Unipar), unidade de Francisco Beltrão.
O gabarito é uma das limitações ao direito de construir e visa, especificamente, estabelecer a verticalização máxima de edificações. Tal limitação pode ser definida diretamente no Plano Diretor ou nos códigos que o regulamentam.
Rosa tem larga experiência na construção de prédios: são 695 ao longo da carreira, com mais de quatro milhões de metros quadrados, em diversas cidades. Entre os 15 maiores edifícios do Brasil, em construção ou concluídos, seis são projetos da Reical Engenharia, da qual é fundador.
Entre eles está o Yachthouse Residence Club, que está sendo construído no Balneário de Camboriú: são duas torres gêmeas com 74 pavimentos, altura de 253,8m, área de 129.556 m² e índice de esbeltez 18 (medida mecânica utilizada para estimar com que facilidade um pilar irá encurvar).
Na palestra na Unipar, Rosa direcionou sua abordagem nas tecnologias que estão sendo empregadas. Nas fundações das duas torres foram executadas 910 estacas de hélice contínua. Essa é a maior fundação de obra de edifício residencial no país e da América do Sul. O quantitativo dessa grande obra em estrutura armada impressiona, com projetos otimizados: os consumos da obra por completo totalizam a área de formas de 320.950 metros quadrados, o consumo total de concreto 79.000 metros cúbicos, de aço 8.540.000 quilos e em blocos cerâmicos 955.000 unidades.
Não é só em altura que as torres gêmeas impressionam; o acabamento, também. Diz o engenheiro que será de primeiro mundo, levando assinatura do renomado estúdio de design italiano Pininfarina, reconhecida internacionalmente por realizar projetos para marcas como Ferrari e Rolls-Royce. Os apartamentos podem chegar a R$ 10 milhões a unidade.
De acordo com Rosa, depois que o município catarinense, através do plano diretor, liberou a construção de prédios sem limite de altura, houve uma explosão na construção civil. “Não vão parar de surgir novos; haverá uma competição para ver o mais alto”, sentenciou. Embora o Balneário Camboriú seja uma cidade turística, à beira-mar, destino de celebridades, o engenheiro acredita que a iniciativa de liberar o gabarito possa otimizar a construção civil em qualquer cidade do país. “No Balneário Camboriú se encontra a segunda maior verticalização do Brasil e os mais altos valores por metro quadrado, sendo que 94% da população mora em apartamentos”, informou.
E questionou: “Se você vai construir um prédio com quatro apartamentos por andar, sendo que certamente pelo menos dois ficarão com vista para os fundos, porque não fazê-lo mais alto e com um ou dois apartamentos por andar, privilegiando a vista e o sol para todos? Quem tem que definir a altura é o cliente, o construtor”. Além disso, na opinião dele, cidades com mais edifícios e um índice de verticalização elevado conseguem atrair investimentos. “O empresário gosta de investir onde tem prédio alto, ajudando a criar mais desenvolvimento.” O detalhe é que quanto mais alto o prédio, maior é o custo da obra. “Contudo, a valorização do imóvel também é maior”, observou.