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F Beltrão: ‘Ambiente Urbano’ é tema da Jornada Acadêmica de Arquitetura e Urbanismo
Publicado em: 01/09/2015 às 16:40
A arquiteta e urbanista Débora Ciociola, integrante do escritório de arquitetura Jaime Lerner Associados, foi uma das convidadas
A arquiteta e urbanista Débora Ciociola, integrante do escritório de arquitetura Jaime Lerner Associados, de Curitiba, foi uma das palestrantes da 6ª Semana Acadêmica do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Paranaense (Unipar), Unidade de Francisco Beltrão, que teve como tema ‘Ambiente Urbano: diálogos, estudos, pesquisas e propostas’.
Débora se formou na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), fez mestrado na Holanda sobre lazer, turismo e meio ambiente, e trabalhou por oito anos no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc). O tema da palestra foi “Cidade não é problema: cidade é solução”. Apesar das inúmeras dificuldades dos centros urbanos, principalmente de acessibilidade, Débora tem uma visão otimista das cidades. O segredo, segundo ela, é associar o desenvolvimento com a qualidade de vida: “É preciso entender as várias facetas que cada cidade tem, o turismo, por exemplo, é consequência do bom urbanismo”.
De acordo com ela, as cidades sãos feitas para as pessoas e não para os veículos, por isso o planejamento tem que ser voltado para seus cidadãos circularem mais pelas ruas, pois é onde fazem compras, encontram amigos, desfrutam da paisagem e de eventos culturais.
“A cidade é uma das invenções mais maravilhosas da humanidade. É um reduto de solidariedade, em que as pessoas se ajudam, trocam serviços e é neste contexto que o urbanista precisa pensar para inovar e criar novas funções”, resslta.
A profissional salienta que é necessário fazer a integração da diversidade urbana, formada por escolas, comércio, instituições, creches, igrejas, entre outros, para que as cidades sejam mais aproveitadas e deixem de ser apenas dormitórios ou depósitos de gente. “A cidade é um ambiente vivo e para isso tem que se levar em consideração o desenho urbano, o uso do solo, o sistema viário e o transporte de massa.”
Na visão dela, o plano diretor sozinho não resolve os problemas; se não for usado com criatividade se torna um documento de gaveta que só cumpre uma função legal. Débora afirma que toda cidade tem seu desenho escondido, topografias, rios, áreas verdes, espaços abandonados, novos centros comerciais e tudo pode ser aproveitado: “As cidades não são apenas locais para se mover, exigem espaços públicos que valorizem suas especificidades. Temos que pensar menos em coisas gigantescas, juntar tudo que tem de bom, misturar e incentivar o convício social e a coexistência das pessoas e diferentes profissões”.
O evento encerrou no sábado com o desafio da Charrete, concurso em que os alunos e professores passaram 24 horas na universidade para a elaboração de projetos arquitetônicos, com objetivo de aguçar a reflexão, análise e interpretação de problemas como balizador de conhecimentos e soluções projetuais. Normas e tema só foram divulgados momentos antes do início dos trabalhos.
A professora Gislaine da Silva Fernandes, coordenadora do curso, ficou satisfeita com o resultado do evento, que reuniu cerca de 300 acadêmicos das sete turmas do 1º ao 5º ano do curso. Segundo ela, o planejamento permitiu trazer profissionais renomados para as palestras. No primeiro dia, a professora doutora Silvia Regina Pereira, da Unioeste, palestrou sobre o Direito à Cidade; e o arquiteto Nereu Ceni falou sobre Plano Diretor e desenvolvimento das cidades; na quinta-feira, a arquiteta Débora Ciociola; a professora doutora Alessandra Rodrigues Prata Shimomura, da USP, encerrou o ciclo de palestras com o tema: Planejamento Urbano: desafios do contexto de ambientes.
Na terça e na quarta ocorreram oficinas sobre os softwares utilizados no dia a dia da profissão e houve exposição de piscinas, decoração de ambientes internos, externos e produtos que são nova tendência no mercado. Gislaine frisou que a logística para trazer profissionais e professores de outras localidades exige um esforço redobrado da Unipar. Como a região não tem linha aérea, os palestrantes desembarcam em Cascavel ou Chapecó/SC, ambas as cidades distantes de Beltrão cerca de 180 km, e a Universidade manda um motorista para buscá-los. “Além do profissional chegar cansado, os custos aumentam”, lamenta a professora.