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Francisco Beltrão: Unipar e Cemesp promovem curso sobre restauro de documentos
Publicado em: 24/06/2015 às 16:40
Técnico do Centro de Memórias do Oeste de Santa Catarina foi convidado para ministrar o curso, que contou com a participação de dez acadêmicos de História
O Centro de Memórias do Sudoeste do Paraná (Cemesp), vinculado ao curso de História da Universidade Paranaense (Unipar), Unidade de Francisco Beltrão, promoveu um treinamento especializado sobre restauração de documentos antigos. O professor Odair Geller, coordenador do curso de História, afirma que a ideia é incentivar a sociedade a preservar a memória da região, através de documentos e fotos antigas. Ele lembra que o Sudoeste está prestes a comemorar 100 anos (20 de outubro de 1916 - 20 de outubro de 2016) e a população sudoestina ainda não tinha tido condições de resgatar, tratar e acondicionar os indícios escritos e visuais da sua história, evitando, assim, que se tornassem presas fáceis da ação impiedosa do tempo.
A instituição já possui parte da documentação da Cango (Colônia Agrícola Nacional General Osório - 1943), que é muito rica em detalhes sobre a vida das pessoas da época. O professor relata que há documentos administrativos, livros de registros das famílias que chegavam para morar no Sudoeste, suas origens, os bens que traziam, entre outros. “Na época existia um armazém na Cango e há registros de vendas de ferramentas, produtos alimentícios e itens de farmácia. São informações muito interessantes para entender um pouco mais da história da época.”
De acordo com ele, o próximo passo será a digitalização da documentação do Grupo Executivo de Terras para o Sudoeste do Paraná (Getsop), fundado em 1963, para regularizar os lotes na região. “Iniciaremos um importante trabalho de aprendizado no sentido de entender, e depois agir, garantindo a preservação para as futuras gerações destes acervos tão importantes para a fundamentação da identidade sudoestina”, destacou.
A documentação ficará à disposição da comunidade para pesquisa e leitura, mas não poderá ser retirado do Cemesp. Geller salienta que a história que foi contada por alguns autores, há cerca de 20 anos, já pode ser enriquecida com novas pesquisas e obras literárias: “Nosso desejo é de que, recuperada, esta documentação alavanque a produção historiográfica regional, ficando à disposição dos profissionais da história e do público em geral, tanto através do manuseio no Cemesp, quanto on-line, através da digitalização e criação de um site específico para o seu acesso”.
O curso de restauro foi ministrado por Ademir Miguel Salini, técnico do Centro de Memórias do Oeste de Santa Catarina (Ceom), instituição com mais de 20 anos de experiência no trabalho de recuperação, preservação e acondicionamento de documentos.
A professora Claídes Schneider, coordenadora do Cemesp, informa que as pessoas que tiverem fotos antigas e documentos em casa podem doar para a Universidade, para que seja preservado, digitalizado e esteja em um site para que qualquer pessoa possa consultar. Estão participando dez acadêmicos do curso de História, que depois terão o compromisso de replicar o conhecimento aos colegas.