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NOTÍCIA

Assistência Judiciária: Sajug beneficia presos de Umuarama

Publicado em: 08/04/2015 às 14:38

Objetivo é prestar atendimento jurídico aos que não têm condições de pagar um advogado

Estudante Renan Lino da Silva, do 4º ano, em entrevista com detento
Detento José Aparecido Sanches é um dos beneficiados pelo projeto
Estudante Karina Regina Câmara: experiência prática já no 1º ano
Minipresídio abriga atualmente mais de 300 presos
Professora Ieda Kauffmann com estagiários do projeto
Ieda Kauffmann (ao centro) com os estudantes Renan Lino da Silva e Karina Regina Câmara
Advogada Giselle Aparecida Matsunaga orienta estagiárias
Mais de 80 estagiários participam das atividades no Sajug
Mais de 80 estagiários participam das atividades no Sajug
Mais de 80 estagiários participam das atividades no Sajug
Mais de 80 estagiários participam das atividades no Sajug
Professor Luis Irajá com estagiários e advogadas
Advogada Elaine Nakamura e estagiária do projeto
Professor Luis Irajá em reunião com estagiárias do Sajug

Para aquelas pessoas que necessitam resolver uma ação judicial e não têm condições de pagar um advogado, a defensoria pública ou os projetos de assistência judiciária da cidade acabam se tornando a única opção. Há mais de vinte anos a população carente de Umuarama tem à disposição o Sajug (Serviço de Assistência Judiciária Gratuita), projeto de extensão do curso de Direito da Universidade Paranaense - Unipar.

Nessas duas décadas de atividade, foram mais de 25 mil atendimentos. “A maioria dos casos que atendemos é de inventário, divórcio, pensão alimentícia, guarda de menores. Então, para beneficiarmos um número ainda maior de pessoas que necessitam de assistência jurídica gratuita, promovendo a defesa dos direitos humanos e o apoio a projetos comunitários de cidadania, o Sajug vai além do ambiente universitário”, explica o coordenador, professor Luis Irajá Nogueira de Sá Júnior.

A delegacia de Umuarama é um dos locais beneficiados. Lá, professores e estagiários desenvolvem o ‘Assistência Judiciária no Cárcere’. Criado em 2001, o projeto presta atendimento jurídico aos presos que não têm condições de pagar um advogado. “A partir da entrevista com o acusado, a equipe faz uma avaliação e, dependendo da causa, promove sua defesa”, afirma o professor Irajá.

Atualmente, o minipresídio abriga mais de 300 detentos, cinco vezes mais que sua capacidade normal, que é de 64. José Aparecido Sanches, 48 anos, está preso por agressão à esposa (lei Maria da Penha) e é um dos beneficiados pelo projeto. Ele foi condenado a cinco meses e 29 dias, no regime aberto. “Como ele não estava cumprindo as condições de sua pena, o Ministério Público requereu a regressão do regime prisional, passando do aberto para semiaberto, e no dia 11 deste mês foi preso. Agora, vamos pedir à justiça o benefício de progressão de regime”, explica a responsável técnica do projeto, advogada Ieda Kauffmann, que orienta os estagiários na entrevista com os detentos.

Preso por assalto em Curitiba, Anderson Otéro Martins tinha cumprido a pena e estava em liberdade desde o mês de setembro do ano passado. Mas, em janeiro, ele foi preso novamente, desta vez por tráfico de drogas. Ele conta que a assistência do projeto tem sido muito importante. “Não tenho condições de contratar um advogado para fazer minha defesa e não sei o que faria sem a ajuda deles. Como estou aguardando a condenação, os alunos vêm aqui e esclarecem todas as minhas dúvidas”.

O Sajug também presta assistência gratuita em mutirão jurídico e de justiça social, nos bairros e distritos, no Lar São Vicente de Paulo e no Cram (Centro de Referência de Atendimento à Mulher). Hoje, seis advogados atuam nos casos; Giselle Aparecida Matsunaga é a mais nova contratada.

O projeto está localizado no Câmpus-Sede, nas dependências do curso de Direito. Os atendimentos são realizados de segunda à sexta-feira, das 9h às 11h e das 14h às 16h. Mais informações pelo telefone (44) 3621- 2811.

Praticando as Teorias

Além de facilitar o acesso ao poder judiciário, o Sajug propicia a mais de 80 estudantes de todas as séries a oportunidade de praticar as teorias aprendidas na sala de aula em casos reais do Direito Civil, Penal e Trabalhista. Karina Regina Câmara está no 1º ano e já tem a oportunidade de participar do projeto. “Essa é uma realidade humana que não conhecemos. E, vindo aqui, percebemos como é importante cumprir com nossos deveres e estar sempre de acordo com as leis. Então, além de ter essa experiência prática logo no início da graduação, participar desse projeto é também um aprendizado como cidadã, uma oportunidade de lutar pela justiça voltada aos direitos humanos”, conta a futura bacharel. Outro estudante inserido no projeto é Renan Lino da Silva, do 4º ano. “O Direito Penal sempre me despertou muito interesse e participar deste projeto fez com que me apaixonasse ainda mais pela profissão, tanto é que o meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) está sendo na área penal. É uma experiência que está acrescentando muito conhecimento na minha vida pessoal e profissional”.

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