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Na segunda-feira, 27, o professor doutor José Carlos Marion fez importante palestra para acadêmicos, professores e profissionais contábeis de Francisco Beltrão. Foi a primeira vez que ele esteve no município atendendo a um convite da Universidade Paranaense – Unipar para a abertura da 7ª Jornada Acadêmica de Ciências Contábeis. Marion é professor da USP (Universidade de São Paulo), tem vários livros publicados e é um dos pesquisadores mais respeitados da área contábil do Brasil.

Seguindo o tema “Contabilidade: Uma Profissão Fascinante”, Marion abordou as inúmeras oportunidades que a profissão oferece e a ascensão do profissional no mercado de trabalho. O professor chamou a atenção para o momento atual da contabilidade no cenário internacional.

“Estamos vivendo duas ondas enormes que invadiram a contabilidade nesse século. O primeiro aspecto é o que nós chamamos de nova ordem fiscal, de uma contabilidade que passa a ser mais digital. Isso vai colaborar para uma eficiência da contabilidade e para um processo que, de certa maneira, irá contribuir mais contra a evasão de dinheiro, contra caixa dois e corrupção. A segunda onda é essa nova ordem contábil mundial. A contabilidade está mais globalizada, isso é muito importante, porque nós passamos a ter oportunidades em todos os países do mundo”, destacou.

A nova ordem contábil a que ele se refere é a Lei 11.638/07, na qual o Brasil adotou os padrões internacionais de contabilidade. Esse novo padrão contábil aprimora os balanços, torna mais transparente as informações, permite a melhora no nível de risco nas instituições financeiras e facilita o acesso ao crédito com juros baixos.

Segundo ele, é fundamental que o contabilista saiba pelo menos mais uma língua, o inglês, para aproveitar as diversas oportunidades que estão surgindo no mundo: “O que a contabilidade está querendo com as normas internacionais é exatamente isso: contabilidade é a língua dos negócios e essa língua ela tem que ser globalizada”.

Embora conte com 500 mil profissionais registrados no Conselho Federal de Contabilidade (CFC), a área de ciências contábeis vive um desafio: a falta de mão de obra contábil qualificada no país. A quantidade de formados no país é insuficiente para atender à necessidade das 5 milhões de empresas no Brasil. Para os jovens que estão ingressando na carreira, Marion deixou uma mensagem muito otimista: “A contabilidade é uma das profissões que mais tem especializações e não existe preconceito de idade: o desemprego é zero”. E brincou: “Tem um professor lá na USP que diz que existem duas coisas que você nunca vai encontrar na contabilidade: um contador desempregado e um pobre”.