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Cascavel: Simpósio de Psicologia fala do papel do profissional em áreas distintas
Publicado em: 21/10/2014 às 11:03
Semana propiciou discussões sobre abuso sexual infantil, Psicologia do Esporte e estudo sobre modificações corporais
A última semana foi de troca de conhecimentos e interação no curso de Psicologia da Universidade Paranaense – Unipar. Acadêmicos, professores, egressos e profissionais de Cascavel puderam debater temas variados no 13º Simpósio de Psicologia, que envolveu palestras, minicursos e apresentações de trabalhos científicos.
Para a abertura do evento, a Universidade recebeu a psicóloga Cristina Watarai, também professora da Universidade Estadual de Londrina, que compartilhou sua experiência de dez anos com crianças em situação de vulnerabilidade. Sua fala teve por intuito incentivar o olhar questionador e curioso em contextos de violência contra crianças e adolescentes, além da promoção dos Direitos Humanos.
Segundo ela, culpa, medo e receio demonstrados pelo menor podem ser sinais de violência. Também explanou as áreas em que o psicólogo pode atuar em interface com a justiça: analista de promotoria do Ministério Público, analista judiciário com juízes, defensoria pública, e outros campos, como ONG e acolhimento institucional.
Além do espaço Psi, outros assuntos abordados foram mudanças e flexibilizações na legislação, Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei Maria da Penha, guarda compartilhada e perícia - onde termina a avaliação para iniciar o julgamento.
Discussão sobre Psicologia do Esporte, em voga na contemporaneidade, foi trazida pelo psicólogo Hélio de Oliveira, que já participou de campeonatos em âmbito regional, estadual, nacional, sul-americano e pan-americano.
O profissional enfatizou a importância do Esporte e do psiquismo nos atletas e da articulação mente e corpo, principalmente nas faixas de alto rendimento. Argumentou ainda, que esporte e religião estão extremamente ligados. “A Grécia, para ter educação viável, deveria levar em conta a questão desportiva, a religião e a política”, contextualizou historicamente.
Pontuou também que a escuta clínica do atleta leva em consideração alguns fatores: a relação do atleta com o esporte, milhões investidos, patrocinadores e membros familiares: “É um grupo seleto, mas sensível, com mais suscetibilidade a doenças”. Apresentou, ainda, a psicanalise pragmaticista, criada por ele há 20 anos, e os impasses que um psicólogo do esporte enfrenta.
Outra conferência que chamou a atenção foi a discussão da tese de doutorado do psicólogo Márcio Neman do Nascimento, intitulada ‘Processos de Subjetivação e corporalidades: as modificações corporais para além do espelho’. A pesquisa segue o método cartográfico (posicionamento da esquizoanálise), narrativa de história de vida, incursões ao campo e entrevista.
O intuito da fala foi promover reflexão sobre o uso das técnicas de modificação corporal (body modification) como um dispositivo de marcadores sociais - corpo, sexualidade/gênero e suas interseccionalidades. “Porque e pra quê se modificar? Qual o limite entre o normal e o patológico?”, avaliou.