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No ano de 2002, o Governo Federal aprovou as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos superiores de Odontologia, no intuito de articular a formação profissional com as Politícas de Saúde Pública e o SUS (Sistema Único de Saúde). Essa medida tinha também como estratégia valorizar os convênios entre instituições formadoras e os serviços de atenção à saúde bucal como uma oportunidade de aproximar os estudantes dos modelos assistenciais e da realidade social da população.

“Atualmente a sociedade, o mercado de trabalho, exigem a formação de profissionais com um perfil diversificado, que atenda todas as complexidades inerentes à Odontologia. Portanto, essas mudanças curriculares foram de extrema importância nessa articulação”, opina a coordenadora do curso de Ondontologia da Universidade Paranaense, professa Cíntia Araújo.

Mesmo antes da resolução proposta pelo Governo, o curso de Odontologia da Unipar já atendia as expectativas do SUS. Em 2001, a graduação fechou uma parceria com a cidade de Terra Roxa por meio da Fundação Araucária. Acadêmicos iam até lá e realizavam ações de saúde bucal, oferencendo procedimentos de atenção básica aos moradores do munícipio.

Depois de nove anos, o trabalho passou a ser realizado em Cruzeiro do Oeste, via projeto de Estágio Supervisionado Comunitário. Desde então, no Centro Odontológico do município, 12 formandos do curso atendem uma vez por semana cerca de 40 pacientes, entre crianças e adultos.

“Com esse trabalho conseguimos também alcançar nosso objetivo maior, que é formar um profissional preocupado em ser resolutivo frente às questões sociais, mais humano e sensível às mazelas da saúde bucal brasileira”, enfatiza a coordenadora, ressaltando que o estágio é um campo de alta relevância para o aprendizado acadêmico. “Ele permite ampliar os horizontes da formação, apresentando um novo cenário de prática que busca se aproximar ao máximo da realidade do mercado de trabalho”.

A formanda Aline Galvani integra a equipe de estagiários no Centro Odontológico. “Essa forma de aprendizado é eficiente e nos coloca de frente com realidade da profissão. Trabalhar aqui nos permite ter uma visão maior da real necessidade dos pacientes”, conta. A pedagoga Mirian Gonçalves Rocha é um deles. Há três anos sendo antendida pelo projeto, ela elogia o trabalho dos acadêmicos. “Eles são atenciosos, prestativos, se preocupam com nosso bem-estar; toda a minha família vem aqui”.

O Centro é composto por seis consultórios e, além dos estagiários da Unipar, dispõe de oito cirurgiões-dentistas. “Essa interação entre universidade e o setor público é positiva e quem sai ganhando é a comunidade, que pode usufruir de serviços de qualidade”, afirma o coordenador odontológido do espaço e ex-aluno da graduação, Marielso Estaudt.

E ressalta: “Para a Instituição, o benefício está na oportunidade que o estudante tem em praticar os conteúdos do curso, de fomentar o conhecimento. Aqui, ele vivencia a realidade, se portando como um profissional e enfrentando as dificuldades, os desafios do dia a dia. Vale ressaltar ainda que atualmente o setor público é o maior empregador de cirurgião-dentista”.

“É importante que eles conheçam o cotidiano do atendimento público, pois há muitas diferenças em relação ao estágio realizado na Clínica Odontológica da Unipar. Sem contar a troca de experiência com os profissionais, que poderão ser colegas de trabalho no futuro”, emenda o coordenador do Estágio, professor Adalberto Alferes.

Prêmio ‘Brasil Sorridente’

Devido ao investimento do governo municipal e a preocupação em prestar um serviço de qualidade à comunidade, o Centro Odontológico de Cruzeiro do Oeste se tornou referência na região. O belo trabalho desenvolvido rendeu ao projeto prêmios de destaque estadual e nacional. Em 2009, conquistou o primeiro lugar no concurso ‘Paraná Sorridente’, que avaliou cidades com até 20 mil habitantes. E não parou por aí. No mesmo ano, o projeto ficou com o 4º lugar no ‘Brasil Sorridente’, disputando com municípios de até 50 mil habitantes. No ano seguinte, de novo no ‘Paraná Sorridente’, mas competindo com cidades de até 100 mil pessoas, o projeto ficou em 3º lugar. “A parceria com a Unipar foi determinante na conquista desse prêmio. Juntos, buscamos pela excelência no atendimento e dos serviços que prestamos à população”, enfatiza Estaudt.