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Francisco Beltrão: Aula Magna de História foca centenário da 1ª Guerra Mundial
Publicado em: 12/05/2014 às 11:14
Estudantes lotaram o auditório para ouvir o professor doutor Adelar Heinsfeld falar sobre o maior conflito armado da história da humanidade
O auditório da Universidade Paranaense – Unipar, Unidade de Francisco Beltrão, ficou lotado na noite de segunda-feira, 5, para a aula magna do curso de História. Com o tema “A América Latina no Contexto da 1ª Guerra Mundial”, foi ministrada pelo professor doutor Adelar Heinsfeld, da Universidade de Passo Fundo (UPF).
No próximo dia 28 de junho irão completar 100 anos desde que os três jovens sérvios, Gavrilo Princip, Nedjelko Cabrinovic e Trifko Grabez, assassinaram o herdeiro do trono austro-húngaro, Francisco Ferdinando, e desencadearam um dos maiores conflitos armados do mundo, deixando um saldo aproximado de 10 milhões de mortos.
De acordo com o professor Adelar, a 1ª Guerra Mundial é considerada até hoje a Grande Guerra, por ser a primeira guerra moderna, em que morreram mais civis do que militares. "Nas guerras, até então, morriam as pessoas que estavam combatendo. A partir da 1ª Guerra Mundial acaba mudando esse panorama, que foi um marco divisor na história das guerras. O número elevado de vítimas é decorrente, principalmente, do uso de armas químicas nas trincheiras e um arsenal militar muito mais poderoso, incluindo aviões e outros tipos de equipamentos. Além de ataques e bombardeios em cidades e grandes centros urbanos."
Ele também abordou a participação da América Latina, principalmente Brasil, Argentina e Chile, que eram países que formavam um bloco político, o chamado Bloco do ABC, e que trabalharam integrados no primeiro momento da guerra, quando optaram pela neutralidade. Depois, no decorrer da disputa, o Brasil resolve romper essa neutralidade, a partir de 1917, enquanto que Argentina e Chile ficam imparciais até o final.
O pesquisador explicou que a guerra afetou a economia de toda a América Latina, porque a partir da 1ª Guerra Mundial, os Estados Unidos se fortalecem como a grande potência. Há uma substituição de lugar que até então era da Inglaterra na questão financeira e econômica mundial. "Se for ver as inversões de capital norte americano, entre 1913 a 1920, nós temos um crescimento dos investimentos norte-americanos aqui num percentual de 1.200%."
Do ponto de vista militar, o Brasil não estava preparado para a guerra, contudo, politicamente era importante participar porque o Brasil almejava ser o líder da América do Sul. Havia um projeto de hegemonia em disputa com a Argentina.
Conforme disse, a elite brasileira na época concluiu que, se o Brasil quisesse efetivamente ser líder do continente, precisava tomar parte nesse grande conflito que envolvia os principais países do mundo. "Tinha uma pressão da opinião para o Brasil romper com a Alemanha e se aliar aos Estados Unidos, a Inglaterra, França e Rússia (estes combatiam as potências centrais: Alemanha, a Áustria-Hungria, Império Otomano e a Bulgária)."