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Pesquisa da unipar testa substância para adsorção de metais pesados
Publicado em: 10/05/2010 às 09:52
Feita com bagaço e cana-de-açúcar, cascas de banana, de laranja e de macadâmia, poderá ser utilizado em efluentes industriais e evitar danos ao meio ambiente
Colaborar com a preservação da natureza. Este é o principal objetivo dos projetos realizados por estudantes dos cursos de mestrado em Biotecnologia Aplicada à Agricultura e de graduação em Farmácia e Química da Universidade Paranaense – UNIPAR. O trabalho é desenvolvido em laboratório, utilizando bagaço e cana-de-açúcar, cascas de banana, laranja e de macadâmia.
Com orientação do professor doutor Douglas Cardoso Dragunski, os estudantes avaliam a possibilidade de aproveitar o material, que normalmente vai ao lixo, e transformá-lo num meio de adsorção de metais pesados, como chumbo, cobre e cromo. “O tratamento destes resíduos é extremamente complicado e, considerando o crescimento das áreas industriais, temos que pensar em alternativas urgentes que solucionem esse impasse, evitando, assim, mais poluição”.
A utilização de restos agroindustriais, como bagaço de cana-de-açúcar (já com eficiência comprovada cientificamente) e cascas de alimentos, é uma saída inteligente, defende o professor. “Os nossos estudos consistem na modificação química dos resíduos com objetivo de introduzir grupos carboxilatos em sua estrutura e verificar então sua capacidade em adsorver metais pesados”, coloca.
Dragunski diz que essa transformação faz parte do processo: “Quando se adiciona hidróxido de sódio, promove-se a retirada de alguns materiais que poderão contaminar o efluente; já a introdução do ácido cítrico promove a inserção de grupamentos químicos capazes de ampliar o poder de reter os metais pesados”.
A mestranda Naiza Vilas Boas trabalha com a casca de macadâmia. O que a leva a acreditar que se trata de um material promissor é o fato da casca deste fruto ter em sua composição ácido fítico, o qual possui grande capacidade de reter metais. “Fiz a graduação na UNIPAR e comecei o mestrado este mês. Iniciar o curso com este projeto é uma oportunidade de fortalecer os meus conhecimentos”, avalia, dizendo também que fica feliz por atuar num projeto com uma visão tão abrangente e antenada com os problemas ambientais.
A aluna conta com auxílio da estudante do terceiro ano de química, Juliana Casarim, que vê a iniciativa como uma nova experiência. “Estou fazendo outros projetos e participar deste trabalho que a Instituição está oferecendo é um meio de conhecer outras áreas e ampliar meus horizontes”.
Já a aluna Elaine Cuaglio Paschoal, que está no último ano de Farmácia, desenvolve os trabalhos com a casca de banana desde julho de 2008. Segundo ela, já foi apresentado em congresso nacional trabalho científico que relata resultados promissores obtidos com a casca desse fruto. Poder realizar este estudo, para ela, tem um motivo especial: “É uma oportunidade de aplicar as teorias que aprendi em sala de aula e terminar a graduação com este estudo é uma experiência gratificante”.
Barreira contra metais
O que motiva a pesquisa, segundo o pesquisador da UNIPAR, é a comprovação de que as cascas da banana e da macadâmia contém substâncias químicas que possuem capacidade de reter metais pesados. “Estudos preliminares revelam que estes resíduos possuem grande aplicabilidade como adsorvente e que podem ser transformados em barreira contra a disseminação do metal para o ambiente”, diz o professor doutor Douglas Dragunski.
Os ensaios estão sendo realizados no laboratório de Análise Instrumental, com utilização de um equipamento de última geração, o espectrofotômetro por absorção atômica, adquirido pela UNIPAR para dar suporte a esse tipo de pesquisa.
“Após as análises através desse aparelho será calculado o carregamento máximo para cada metal em suas diferentes concentrações e observado qual é a casca mais indicada para promover a retirada destes metais em efluentes industriais", explica. “Posteriormente poderá ser elaborado um filtro que poderá ser usado em indústrias para promover a adsorção destes metais”, emenda.