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NOTÍCIA

Professor da Unipar estuda presença de espécie rara de pica-pau no Oeste do Estado

Publicado em: 03/10/2013 às 20:00

Fernando Rodrigo Treco destaca que é necessário implantar projetos de conservação para tirar a espécie da lista de ameaçadas

Espécie rara de ave foi registrada pelo fotógrafo Rudimar Cipriani no município de Vitorino, interior do Paraná
Proposta é implantar projetos de conservação para tirar a espécie da lista de ameaçadas
O professor Fernando Treco, fotógrafo Rudimar Cipriani e o ex-aluno Neilan Canabarro

Ainda no final do século 19, o ornitólogo Hermann von Ihering, um dos cientistas mais respeitados do mundo, prenunciou: “Quem avistasse um único exemplar de pica-pau-de-cara-canela [Dryocopus galeatus] estaria diante de uma raridade”. Pois momento raro experimentou o fotógrafo Rudimar Narciso Cipriani ao encontrar um ninho da espécie que figura como vulnerável à extinção na Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza.

A partir do avistamento no município de Vitorino, no Paraná, o professor de Ciências Biológicas da Universidade Paranaense – Unipar, Unidade de Francisco Beltrão, Fernando Rodrigo Treco, e o egresso do curso, Neilan Canabarro, foram convidados pelo fotógrafo a se unirem na proposta de contribuir com observações importantes para a ornitologia brasileira.

“Os novos registros demonstram que o pica-pau-de-cara-canela vem se reproduzindo na região oeste do Paraná que faz limite com Santa Catarina. Com informações em mãos, podemos criar projetos de conservação da espécie para reverter o quadro em que a ave se encontra”, ressalta Treco.

De acordo com levantamento realizado em 2010 pela Birdlife International, a população global da ave não passa de 10 mil indivíduos atualmente. Sobre o ambiente preferido, Canabarro observa que a espécie procura grandes áreas de mata em que a presença humana seja mínima.

“A ave é muito seletiva e busca ambientes relativamente preservados. A conservação do habitat, portanto, é condição para que mais esta bela espécie não desapareça”, reforça. Durante a expedição, os pesquisadores observaram o macho e a fêmea na limpeza do ninho e o período de nidificação (construção do ninho).

No município paranaense, o registro foi feito num fragmento preservado de mata atlântica, do tipo floresta ombrófila mista. “Nos meus dez anos dedicados em fotografar aves, considero esse registro o feito mais significante”, exalta o fotógrafo Cripriani.

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