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Cascavel: Aula Magna traz professora da USP para falar sobre comunicação e toque afetivo
Publicado em: 21/06/2013 às 11:00
Com palestra da enfermeira Maria Júlia da Silva, evento reúne estudantes de Biomedicina, Biológicas, Enfermagem, Odontologia, Psicologia e Estética
‘Comunicação tem remédio’ foi o assunto abordado na Aula Magna dos cursos da área da saúde da Universidade Paranaense – Unipar, Unidade de Cascavel. O tema em comum e essencial para a atuação profissional reuniu os cursos de Biomedicina, Ciências Biológicas, Enfermagem, Odontologia, Psicologia e Tecnologia em Estética e Cosmética.
Convidada para compartilhar sua experiência como professora da EEUSP (Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo), a enfermeira Maria Júlia Paes da Silva explica que a relação terapeuta-paciente tem como fundamento um querer envolvido, tem o momento de diagnóstico, observação, o operativo – de saber como é o tratamento, o afetivo e o ético-religioso – o para quê?.
A palestrante enfatizou sobre a importância do toque afetivo para os enfermos, principalmente em situações de solidão, dor, diminuição do estado de consciência, à beira da morte, com baixa autoestima e autoimagem. Também pontua como fator terapêutico o sorriso, o contato de olhos, o tom de voz suave, o toque no braço, ombro ou mão, o corpo ‘descruzado’, o ouvir atentamente e o silêncio.
“A mente é como o vento e o corpo como a areia. Se você quer conhecer o vento, observe o movimento da areia”, citou o provérbio árabe, observando que “às vezes ficamos tão envolvidos nas loucuras do sistema que acabamos nos esquecendo que nosso trabalho não é mudar um mundo que achamos não poder mudar, mas tocar as vidas que tocam a nossa vida de uma maneira que faça alguma diferença”.
Em sua análise também descreveu conceitos de Robert Cialdini, sobre o princípio da afeição – as pessoas gostam de quem gosta delas; da reciprocidade – o pagamento é na mesma moeda; da comprovação social – seguem o exemplo dos semelhantes; da consistência – se prendem a compromissos claros; da autoridade – se submetem a especialistas; e da escassez – sempre querem mais daquilo que menos podem ter.
De acordo com a palestrante, os leigos não sabem avaliar os profissionais tecnicamente, prestam atenção na forma de se relacionar do profissional, principalmente a não-verbal, que deve ser precisa e competente: “As pessoas vão envelhecer e a maioria não vai se curar, elas vão voltar ao tratamento e vamos ter que acolhê-las, colocar atenção na comunicação, por em comum uma construção, dar conforto e dignidade a esse paciente portador de doença crônica”.
Com a frase de Norman Rockwell - “Cuidar é mais do que um ato, é uma atitude”, propôs uma reflexão de que toda comunicação não é só informação, mas destaca que “o que sinto ao me comunicar, o que sinto a respeito do outro e a respeito do que eu faço modifica meu jeito de falar. Não dá para cuidar de gente se não gostar de gente”.