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Projeto de informática da Unipar capacita deficiente físico para o mercado de trabalho
Publicado em: 06/06/2013 às 17:00
Noções de windons, digitar texto no word e navegar na internet são algumas das funções ensinadas por estudantes de Sistemas de Informação
Educação e inclusão. Na Universidade Paranaense – Unipar, essas duas palavras caminham lado a lado e se completam no exercício da formação profissional de seus estudantes. Projetos e atividades voltadas aos portadores de necessidades especiais são realizados constantemente na Instituição, na busca de proporcionar a todos, de maneira igual, um dos bens mais preciosos do ser humano: o conhecimento.
Um deles é o ‘Inclusão Digital para Deficientes Físicos’, que tem como foco principal capacitar pessoas com necessidades especiais para inseri-las no mercado de trabalho. O curso de Sistemas de Informação esta à frente das atividades, que começaram em março. O projeto conta com sete alunos, mas comporta até 20 pessoas.
Os idosos do projeto ‘Terapia Digital na Terceira Idade’ também participam das aulas. No laboratório de informática, às quartas-feiras, todos aprendem noções básicas de windons e excel, digitar texto no word e navegar na internet.
Paulo Rogério Pereira, de 32 anos, participa do projeto. Há nove meses ele sofreu um acidente de moto e, desde então, não pode mais andar. “Não sei praticamente nada sobre informática. Com ajuda dos instrutores quero concluir o curso e, quem sabe, ter uma oportunidade para voltar a trabalhar”.
Na turma também está Sandra Regina Pintenho, 43 anos, integrante da Adefiu (Associação dos Deficientes Físicos de Umuarama). Vítima de paralisia infantil quando criança, ela precisa de muletas para se locomover. “É a segunda vez que venho às aulas e estou adorando. Os universitários são atenciosos e esclarecem todas as dúvidas que temos. Tenho computador em casa, mas não sei usá-lo... Sou uma pessoa bastante comunicativa, que gosta muito de conversar, então, aqui, também posso fazer novas amizades”.
O coodenador do curso de Sistemas de Informação, professor Elyssandro Piffer, acompanha os trabalhos. “Nesse projeto estamos cumprindo com o papel social da Unipar, aproximando o deficiente das novas tecnologias e capacitando-o para o mercado de trabalho, com novas perspectivas para uma vida melhor”, afirmou.
Supervisionados pelo professor Leandro de Lima, o projeto envolve oito estagiários. “Além de oferecer aos participantes noções básicas de informática, damos aos estudantes a oportunidade de se aproximar da comunidade e de agregar novos conhecimentos, colocando em prática as teorias da graduação”, diz o professor.
O estudante Douglas Vitor é um dos voluntários: “É muito gratificante poder ajudar as pessoas com deficiência a entender mais sobre informática, principalmente nesta fase que buscam por capacitação, almejando conseguir um emprego. Aqui, também posso vivenciar, antes de formado, desafios que vão surgir na minha caminhada profissional”.
Os interessados em participar podem se dirigir ao laboratório de informática do Câmpus-Sede, na quarta-feira, das 14 às 16 horas, para se inscrever. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (44) 3621–2828 – ramal 1357.
Parceria
A implantação do projeto foi motivada pela Procuradoria Regional do Trabalho, que solicitou à Unipar a proposta de algo que pudesse ajudar a resolver um problema que está preocupando muitas empresas, que, por lei, precisam contratar pessoas portadoras de deficiências, porém a maioria delas não tem conhecimento de informática. “A Unipar encampou a ideia, elaborou o projeto e enviou para a Procuradoria avaliar, para ver se estava em conformidade com o solicitado. Assim que foi aprovado, iniciamos as atividades”, conta o diretor do Câmpus-Sede, professor Nílvio Ourives dos Santos. Ele ressalta que a iniciativa é importante para suprir a falta de mão-de-obra qualificada entre essas pessoas: “De acordo com a lei de cotas, as empresas com 100 ou mais funcionários devem destinar de dois a cinco por cento dos seus cargos às pessoas portadoras de algum tipo de deficiência. Mas, devido à falta de capacitação, muitas acabam não contratando. Com este investimento da Unipar, pretendemos colaborar para mudar este quadro”.