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NOTÍCIA

Francisco Beltrão: Sorrisos, brincadeiras e piadas animam pacientes do Hospital Regional

Publicado em: 05/06/2013 às 16:30

Projeto, que é desenvolvido por egressos e acadêmicos da Unipar, está sendo retomado

Doutores da Alegria com a paciente Thaís que enfrenta grave problema de saúde
José ficou mais animado com a presença da equipe
Equipe reunida na frente do Hospital Regional de Francisco Beltrão

Imagine o ambiente de um hospital: longos corredores, pessoas com jalecos brancos andando apressadas de um lado para o outro, pacientes debilitados em recuperação, visitantes apreensivos por notícias de entes queridos, conversas e sussurros que ecoam pelas portas e janelas. Isso mesmo, os hospitais têm esse jeitão sisudo, com sons e ruídos nada agradáveis. Todos que estão em tratamento precisam de repouso, mas a monotonia pode se tornar um tédio e retardar a recuperação.

Com o objetivo de levar um pouquinho mais de alegria às pessoas hospitalizadas, o Grupo Teatreiro Priene - trupe institucional mantida pela Universidade Paranaense – Unipar, Unidade de Francisco Beltrão, - em parceira com o Hospital Regional do Sudoeste/Dr. Walter Alberto Pecóits, está retomando o projeto ‘Doutores da Alegria’. Acadêmicos e egressos da instituição de ensino, caracterizados de palhaços, interagem com brincadeiras, músicas e dinâmicas.

Na última semana, os pacientes foram surpreendidos por bolhas de sabão, bexigas, plumas e por uma turma muito animada. Doutora Paçoca, Doutora Pequenez, Doutora Desastrada, Doutora Coçadinha, Doutora Comprida e Doutor Médico fizeram visitas nas alas infantil, maternidade, clinica geral e também deram uma passadinha superespecial na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Nada de comprimidos, seringas ou frascos de soro, desta vez o remédio que fez todos se sentirem melhor foi o bom humor, espalhado pelo ar como uma fragrância que contagia quem respira. Poucos resistiram a tantas trapalhadas, brincadeiras, piadas, cantorias e abraços.

A psicóloga do hospital, Sabrina Machado, conta que o projeto foi muito bem aceito entre os pacientes. Ela ressalta que a iniciativa, inclusive, está dentro do que recomenda a Política Nacional de Humanização do SUS, que visa à construção de uma cultura de humanização do atendimento público de saúde. "Ações como esta ajudam a quebrar a hostilidade do ambiente, que é sério, silencioso e cheio de regras. No começo não sabíamos qual seria a reação dos pacientes, mas todas foram positivas. Com uma atitude muito simples é possível contagiar com amor e alegria." Cienara Cândido, integrante do grupo de teatro e funcionária do setor administrativo do HR, afirma que quem quiser levar um projeto cultural (leitura, música, teatro) pode entrar em contato com a direção do hospital.

Com sorriso, paciente encontra forças para lutar

Em um dos leitos do hospital, os "palhaços" encontraram a adolescente Thaís, de 15 anos, moradora de Francisco Beltrão, que emocionou a trupe com sua história de superação. A menina está hospitalizada há mais de duas semanas lutando contra uma grave doença e mesmo assim contagiou todos com sua determinação e força de vontade. Ela não desanimou, ficou firme e encarou sua doença, pois a menina, sorriu, brincou com todos e ainda conseguiu fazer "piada" de seu problema de saúde. Thaís disse que a trupe foi um momento de "descontração que ajudou a quebrar a monotonia do internamento, deixando a tarde mais alegre, motivando as pessoas a superar os problemas que elas têm". A adolescente também escreveu uma cartinha em seu diário, descrevendo a emoção que sentiu com a visita dos Doutores da Alegria.

Como tudo começou

O coordenador do grupo, Maich Lampugnani, conta que há um ano surgiu a ideia de ir além da universidade e fazer mais do que atuar no palco - o grupo existe na instituição há 9 anos. Foi quando surgiu a oportunidade para desenvolver uma atividade com os pacientes do Hospital Regional. Segundo ele, com um pouco de insegurança e muitas expectativas, as visitas começaram a ser realizadas, surpreendendo e encantando pacientes e terapeutas. "Essa atitude abriu muitas portas e hoje há mais grupos na cidade iniciando projetos semelhantes. A trupe foi a primeira a desenvolver este tipo de projeto em hospitais de Francisco Beltrão, ficamos muito felizes ao perceber que outras instituições de ensino superior estão seguindo esse exemplo", salienta.

Mais projetos

Além deste projeto de extensão, o Grupo Teatreiro Priene, mantido através da Diretoria Executiva de Gestão da Cultura e Divulgação (DEGCD), desenvolve outros projetos junto à própria instituição e à comunidade de Francisco Beltrão. Somado a esse projeto, o grupo desenvolve os 'Terapeutas do Abraço Grátis', com a participação em eventos da Unipar, distribuindo abraços e mensagens de alegria para as pessoas. E também a apresentação de peças de teatro, como 'Divã de Magnólia', que em breve voltará aos palcos. A matriz do projeto se deu por uma frase que o grupo adotou como lema: “A chegada de um bom palhaço exerce uma influência muito mais benéfica sobre uma cidade do que a chegada de 20 burros carregados de remédios!” (Thomas Sydenham)".

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