Umuarama: Projeto Ama atende deficientes visuais com atividades físicas
Publicado em: 06/05/2013 às 16:40
Monitorados por estudantes de Educação Física, alunos da Apadevi praticam alongamento e outros exercícios especiais
Há 14 anos promovendo ações para a inclusão de pessoas com deficiência física, visual ou mental na prática do esporte, o projeto de extensão universitária Ama (Atividades Motoras Adaptadas) vem recebendo, cada vez mais, investimentos da Universidade Paranaense – Unipar. Resultado disso é o aumento no número de pessoas beneficiadas.
Envolvendo modalidades como natação, basquetebol, badminton, handebol e outras atividades adaptadas, o projeto, que é aberto à comunidade, tem como objetivo principal estimular a melhoria da qualidade de vida, a integração e a socialização. Monitoradas por estudantes de Educação Física, as atividades também ultrapassam os muros da Universidade.
Na Unidade de Umuarama, além de receber mais de 100 pessoas no Câmpus III, o projeto também atende aqueles que têm dificuldade de locomoção. É o caso dos alunos da Apadevi (Associação dos Pais e Amigos dos Deficientes Visuais). Uma vez por semana, às quartas-feiras, o grupo recebe a visita dos estudantes, que auxiliam na prática de atividades físicas.
Alongamento, movimentos com bolas e exercícios físicos são realizados no encontro que dura em torno de uma hora. “É um momento de muita alegria e interação, uma convivência gostosa que já dura quatro anos e acabou fazendo parte da nossa vida”, afirma a professora Gabriella Giroto, que supervisiona os trabalhos.
Ela ressalta ainda que as atividades físicas melhoram a coordenação motora e sensorial, estimulando a cognição, audição e integração social. “Por serem deficientes visuais, com os exercícios, se sentem mais seguros para fazer pequenas tarefas diárias”.
Vítima de uma doença degenerativa, Tânia de Oliveira, de 50 anos, afirma que passou a se sentir melhor participando do projeto. “Gosto de fazer os exercícios. Como temos limites e precisamos de ajuda para nos locomovermos, eles nos dão mais independência para o dia a dia. Sem contar que é um momento de alegria, de encontrar os amigos e os estudantes, que são atenciosos e nos passam segurança”.
Aos 63 anos, seu Alexandre Ferreira de Lima sofreu acidente com uma carroça e perdeu a visão. Hoje, com 78 anos, conta que adora fazer as atividades físicas. “Frequento a associação há 20 anos e com a chegada do projeto fiquei mais animado. Os exercícios me ajudaram muito no equilíbrio para andar; o dia que não venho sinto falta”.
Aprendizado acadêmico
Envolvendo todas as séries, o projeto Ama também busca inserir o estudante de Educação Física nos problemas sociais, quebrando barreiras por meio da informação e da conscientização. Daniela Kohatsu está cursando o segundo ano e auxilia os alunos da Apadevi na prática das atividades. “Eles são dedicados e gostam de fazer os exercícios. Aqui conseguimos entender a real necessidade de um deficiente visual, a importância da inclusão social, independente do tipo de deficiência. Além disso, aprendemos muito com suas experiências de vida”. Na avaliação da coordenadora do projeto, professora Nelma Lopes Araújo, a participação dos estudantes contribui diretamente na formação acadêmica. “É um espaço prático para o aprendizado curricular, uma oportunidade de estarem em contato com a realidade da profissão”.