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Cascavel: Aula Magna analisa o novo papel do juiz

Publicado em: 26/03/2010 às 15:28

Dr. José Laurindo de Souza Netto, de Curitiba, se diz honrado em palestrar novamente em Cascavel. Neste encontro, focou fatores que influenciaram a mudança de postura do operador de Direito

Aula Magna reúne estudantes no Tribunal do Júri
Aula Magna de Direito reúne acadêmicos de todas as séries
Professora Fabíola abre evento
Palestrante e convidados cantam o Hino Nacional
Dr. José Laurindo de Souza Netto fala sobre o novo papel do juiz
Professores prestigiam palestra com juiz de Curitiba
Após palestra, os presentes participaram de cooffe breack

Dr. José Laurindo de Souza Netto, de Curitiba, se diz honrado em palestrar novamente em Cascavel. Neste encontro, focou fatores que influenciaram a mudança de postura do operador de Direito

Para ministrar Aula Magna sobre ‘Exigência de um repensamento epistemológico: Novo papel do juiz’, o curso de Direito da Universidade Paranaense – UNIPAR, Campus de Cascavel, convidou o Juiz da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Curitiba, Dr. José Laurindo de Souza Netto, também professor do mestrado em Direito Processual e Cidadania, oferecido no Campus de Umuarama.

O assunto foi abordado no Tribunal do Júri, para acadêmicos de todas as séries. Durante a palestra, o juiz relembrou a história de Robin Hood, que tira dos ricos e dá aos pobres, e a tirania exercida pelo rei da Inglaterra. “Os direitos não são concedidos, são conquistados, até com derramamento de sangue. No Brasil é imposto”, comparou.

Na oportunidade, o pós-doutor pela Universidade de Roma, fez uma reflexão sobre questões que influenciaram a mudança de postura do operador de Direito, nos últimos dez anos. “O juiz não é mais a boca da lei. Além de resolver a causa penal, cabe a ele analisar o problema sociológico embutido”. Foi com esta frase que deu início ao discurso.

Um das máximas de transição é a crise da Ciência Jurídica, que, segundo ele, pouco contribui para as necessidades do cidadão. “A tendência é buscar qualidade, evitando excessos”, argumenta.

O palestrante apresentou diferenças entre Ciência Jurídica e Ciência Crítica, nos objetivos, normas e métodos de aplicabilidade da lei. “A Ciência Jurídica é baseada no pensamento dogmático - prevalência do instrumento de dominação pelo poder, do Estado sobre o indivíduo. É um obstáculo às transformações sociais, pois a norma é aplicada sem questionamentos”, diz, diferenciando: “A Ciência Crítica descobre o Direito com base nas funções sociais, questiona, se preocupa com os anseios sociais, aplicando o Direito de forma mais confiável”.

Sobre a mudança de comportamento do profissional relacionou também a crise de Estado. Ele alertou para o ativismo judicial – a importância de uma proximidade com o cidadão, despertando a consciência para questões ideológicas adjacentes: “Menos Estado e mais sociedade”.

Entre os tópicos abordados, foi referência o advento da modernidade. Para embasar o debate, citou o ‘Livro Sociedade em Risco’, relembrou a revolução agrícola e industrial, além da repercussão na vida social. Conforme o palestrante, o período, revelado pelos filósofos, sofreu esgotamento, dando espaço para a pós-modernidade. “Foi o início de uma nova mentalidade, que tornou necessária a revisão de valores, de dogmas impostos como forma de dominação”, ressaltou.

Em análise à realidade do Brasil, justificou que a sociedade vive uma fase de construção étnica, um processo civilizatório acelerado - globalização, rompendo com os pressupostos ideológicos do século XIX: “As consequências são a adoção de informações superficiais apresentadas pela mídia, tradição mítico-religiosa, sociedade alienada, sensacionalismo e opinião massificada”.

Conforme frisou, é fundamental que o operador do Direito analise as raízes das normas e questione, antes de aplicá-la, porque determinada lei foi promulgada, lembrando que sempre há interesses em jogo. “Há uma necessidade de ruptura, acerca das necessidades do indivíduo e insatisfação do Estado”, observa. “Não basta ser legal, tem que ser justo”, afirma.

A coordenadora do curso, professora Fabíola de Freitas Grotto, se diz feliz com a primeira palestra de 2010: “Atingimos o objetivo de proporcionar uma reflexão entre o ordenamento jurídico e a atualidade”. O formando Paulo Gorski, confirma: “O juiz focou pontos cruciais, como a necessidade de aprofundar nossas informações, que certamente serão disseminadas. Devemos estudar com base em bibliografias, já que temos excelentes obras”.

Além de professores do curso, a Instituição contou com o prestígio do professor Paulo Pegoraro, da Univel. No início do evento, a diretora do Campus, professora Débora Venturin, cumprimentou o palestrante.

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