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NOTÍCIA

Cascavel: Professora da pós-graduação em História visita a Unipar

Publicado em: 12/12/2012 às 14:00

A pós-doutora Sinclair Casemiro conheceu vários ambientes e falou sobre seu projeto com os Guarani; ela faz parte da Associação Indígena Arandu Aty-ARA

Professora Sinclair com o coordenador do curso de História, professor Fausto

O curso de História da Universidade Paranaense – Unipar, Unidade de Cascavel, recebeu a visita da pesquisadora Sinclair Pozza Casemiro, professora convidada da pós-graduação em História, Cultura, Arte e Sociedade Brasileira. Ela é pós-doutora em Letras Vernáculas - Estudos Antropológicos e Etnolinguísticos do Guarani, pela USP.

Muitos foram os elogios à Unipar, pela tradição e modelo de Instituição de Ensino Superior no Paraná: “Na minha visita e contato com a diretora da Unidade percebi a dedicação esmerada à formação profissional e humana. Bastante moderna, a administração tem investido na qualidade de seus cursos e de sua estrutura”.

Entre os ambientes visitados, o foco foi o curso de História: “Me encantei. Muito rico, completo, abrange a diversidade das linguagens na História e nas Artes, desenvolve a pesquisa, o ensino e a extensão de uma forma integrada”. Também apontou como positiva a participação do aluno na sociedade cascavelense, contribuindo com o desenvolvimento cultural e profissional da região: “Não apenas a licenciatura em História ganha, mas todo o contexto formador que o curso potencializa”.

A professora enfatiza, ainda, que as exposições, como a da Cultura Egípcia, e os projetos dos Pioneiros, do Festival de Música, de Teatro, do Outubro Rosa, entre tantos outros, oportunizam a perspectiva crítica e mostram a dinamicidade, trazendo a oportunidade de crescimento intelectual e humano. “Destaco e parabenizo o seu coordenador, o dinâmico, preparado professor Fausto Irschlinger, grande responsável por essa qualidade do curso”, elogiou.

A docente contou sobre o interessante projeto que realiza com índios desde 2004, em que teve a oportunidade de visitar as aldeias Guarani do Paraná: “Pesquisei os mitos de origem, com relevância no Tapé Aviru-Caminhos de Peabiru, o Caminho da busca da Terra Sem Mal. Conheci suas crenças, língua na grande diversidade, costumes e expectativas, estendendo os contatos com as aldeias do Paraguai, Bolívia e Argentina por sentir a necessidade de aprofundar meus conhecimentos na área da Antropologia”.

As pesquisas, já não mais sobre os Guarani, mas com os Guarani, continua. A professora faz parte da Associação Indígena Arandu Aty-ARA, que desenvolve um projeto de resgate de suas tradições e que, inclusive, oportunizou a aquisição de uma área onde se implantou a Terra Indígena ‘Verá Tupã´í’: “Nessa terra indígena, os Guarani exercem sua autonomia, procuram vivenciar seus costumes com base nas tradições que reforçam a sua identidade”.

O projeto, que se intitula ‘Nhande Reko’, já possibilitou a implantação completa do tekoha nessa Terra Indígena, com a escola estadual e a Casa de Reza. “Os Guarani passam por um momento muito difícil na nossa sociedade, que finge não ver, ignora sua História, sua tradição, que invade seus territórios e afugenta as suas famílias, que os desqualifica por conveniência, para retirar deles o pouco que lhes resta, que ainda os relega ao passado quando estão muito presentes e exigindo o reconhecimento de sua cultura”, critica.

A professora a descreve como uma cultura grandiosa, que conserva valores e princípios ancestrais, profundamente humanos e éticos com o outro e com a natureza. “Sua crença no Tapé Aviru em busca da Terra Sem Mal conseguiu sobreviver, mas os não índios não a reconhecem como religiosidade Guarani. Ainda procuram catequizá-los, doutriná-los em outras crenças não indígenas, como nos séculos coloniais”, afirma a estudiosa. “Tenho vergonha de ser brasileira e de ver o que está acontecendo ainda hoje e tão perto de nós com os Guarani, nossos irmãos brasileiros”.

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