Você está aqui: Notícias > Francisco Beltrão: Biólogo realiza primeiro registro da mastofauna da região sudoeste do Paraná
Francisco Beltrão: Biólogo realiza primeiro registro da mastofauna da região sudoeste do Paraná
Publicado em: 10/12/2012 às 16:30
Rafael Rodolfo Toepke, de 15 em 15 dias, percorreu matas fechadas, margens de rios e estradas; trabalho surpreendeu
Conhecer a fauna e a flora do Sudoeste. É este um dos trabalhos dos biólogos da região, que percorrem as propriedades rurais em busca de espécies. Rafael Rodolfo Toepke, egresso de Ciências Biológicas da Universidade Paranaense – Unipar, com a orientação da coordenadora do curso, professora Luciana Pellizzaro, e do professor Fernando Rodrigo Treco, definiu o tema de seu Trabalho de Conclusão de Curso, o TCC, a partir de uma preferência pessoal: “Sempre gostei de assuntos relacionados à biodiversidade, por isso optei pela pesquisa de mamíferos”.
Além disso, segundo o biólogo Rafael, não há registros científicos sobre a fauna da região e reunir estes dados foi um desafio gratificante. “Com esta pesquisa consegui mostrar o grau de importância dos remanescentes florestais para a sobrevivência das espécies, o que essa fragmentação ocasiona na comunidade da fauna”, conta.
A pesquisa de campo de Rafael durou um ano e meio e foi feita na propriedade da família Macari, na seção São Miguel — a 12 quilômetros da área central de Francisco Beltrão. O local, de 125 hectares (51,6 alqueires), é um misto de mata primária, lavoura e monocultura de pinus. A pesquisa de Rafael aconteceu nos três ambientes. “Utilizei a metodologia da visualização, parcela de areia, coleta de pegadas e entrevistas com os moradores da comunidade.”
Longa caminhada
A longa caminhada acontecia de 15 em 15 dias, pelas matas fechadas, margens de rios e estradas. Por estes quilômetros percorridos por Rafael, foi possível visualizar lebres, o gato murisco e preás. “O mais interessante foi que consegui encontrar espécies chaves. Constatei a presença do Puma Concolor, que é a onça parda, a paca e o veado, da espécie Mazama spp. – espécies que estão sumindo das matas pela perda de habitat e pela caça, embora proibida. Como só visualizamos as pegadas, acredito que sejam essas três espécies as principais. As demais são comuns, como o gambá e cachorro do mato, entre outros.”
Hoje, as espécies de mamíferos encontradas nessa região de Beltrão, precisam sobreviver em pequenos espaços de mata. Segundo Rafael, são espécies que precisaram aprender a conviver com a presença humana.
Resultado positivo
Durante a pesquisa foram catalogadas 23 espécies. O resultado da pesquisa foi considerado bom pelo biólogo. E o motivo é simples: num pequeno espaço que esses bichos têm para viver, eles ainda estão se mantendo. Levando em conta, que cada propriedade tem menos espaço de mata, as espécies se adaptam e sobrevivem. “Não podemos culpar o agricultor, porque ele precisa da lavoura e do reflorestamento, mas acredito que é necessário preservar pelo menos aquela pequena mata que é o habitat dessas espécies de mamíferos.”
Matéria do Jornal de Beltrão cedida para publicação neste portal