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NOTÍCIA

Pesquisa revela que professores de Umuarama sofrem síndrome

Publicado em: 10/05/2012 às 15:55

As autoras, Nicéia Selete e Bruna Evellyn Costa, identificaram alto índice de exaustão emocional ou a Síndrome de Burnout

Bruna Evellyn Costa e Nicéia Luiza Selete: trabalho alcançou grande repercussão

Duas professoras realizaram uma pesquisa para analisar os fatores que afetam a qualidade de vida dos professores da rede pública de ensino de Umuarama. Os dados recolhidos revelaram as situações de estresse elevado em que à classe está inserida. Porém, o ponto alto da análise foi à identificação de traços da Síndrome de Burnout em vários educadores, uma doença muitas vezes confundida com depressão, estresse e outras. Tais problemas levam os profissionais à licença médica todos os meses e o detalhe é que o diagnóstico nem sempre é o correto.

Usando dois questionários – sendo um sóciodemográfico e o outro Maslach Bournaut Inventory (MBI) – a professora do curso de Administração da Universidade Paranaense (Unipar), Nicéia Luiza Selete Silva e a professora de Educação Física, Bruna Evellyn Costa, entrevistaram 100 professoras de Umuarama entre 20 a 60 anos. Entre os resultados, a pesquisa identificou alto índice de exaustão emocional (Síndrome de Burnout) nos educadores entre 20 a 30 anos – associado à falta de experiência. Os entrevistados de 50 a 60 anos, também entram no quadro da síndrome, porém pela pouca realização profissional.

De acordo com Bruna, os dados são preocupantes, pois 58% dos professores entrevistados afirmaram que têm ou tiveram problemas de saúde decorrente da profissão. Na maioria dos casos, o educador tem que ser afastado da sala de aula, mas não recebe o tratamento correto. “Dos entrevistados, a maioria revelou traços da síndrome de Burnout. Porém, essa síndrome não é muito conhecida e os professores são enquadrados como portadores de depressão ou estresse, não recebendo o tratamento correto. Sem o tratamento correto, os professores sofrem e com isso a educação também.”, revelou.

Analisando os resultados foi possível identificar diferenças entre os motivos que acarretam a síndrome. Os professores entre 20 e 30 anos apresentam sintomas da síndrome devido à falta de experiência. “O professora sai da faculdade com conteúdo e pensando que vai mudar o mundo, mas não preparado para a atual situação de uma sala de aula. Chega-se a ideia de que o profissional motivado tem maior propensão a esta síndrome pela frustração que o trabalho pode lhe causar. Por não ser a atividade que deseja, ou qualquer outra variável que represente uma negatividade em sua vida laboral”, informou.

Já os professores entre 50 a 60 anos os fatores motivacionais para chegar à síndrome são outros. “A experiencia profissional reme a indagação de que o magistério de hoje não é igual à antigamente. O mau comportamento dos alunos está associada à diminuição da realização profissional”, esclareceu.

Ainda segundo a pesquisadora, o problema é acarretado pela atual situação educacional do Brasil. “A grande demanda de alunos em sala, vinculado com o mau comportamento, falta de respeito, a rotina diária de não trabalhar somente em uma escola, levar trabalho para casa, acumulo de funções e o excesso de horas trabalhadas, está matando o professor”, ressaltou.

Uma saída – As professoras propõem a criação de um centro de apoio para amenizar o problema. O centro contaria com uma equipe de psicólogos especializados, para acompanhamento e auxilio, tanto para aqueles que apresentarem algum indicio da síndrome, como para os outros problemas que cometem os profissionais da educação.

O que é Síndrome de Burnout? É uma sindrome que acomete o trabalho, quando este não vê mais sentido no trabalho que exerce. Afeta principalmente o trabalhador em contato direto com o usuário. No caso da pesquisa, o professor é o trabalhador e o aluno é o usuário. Está relacionando com as condições de trabalho que mantêm contato próximo ou direto com outras pessoas.

Prejuízo ao profissional Pode apresentar prejuízos no planejamento da aula, tornando menos freqüente e cuidadoso. Sentindo menos simpatia pelos alunos, podendo sentir frustados pelos problemas ocorridos em sala de aula ou pela falta de progresso dos alunos. Sentimento de hostilidade com a direção da escola e familiares de alunos, como também desenvolvendo uma visão depreciativa com a relação profissional, arrependido de ter entrado na profissão.

Possíveis sintomas Falta de energia, Sentimento de esgotamento físico, Despersonalização, Relações de forma fria, Insensibilidade emocional, Baixa realização pessoal, Autoavaliação negativa e Falta de motivação.

Reportagem produzida e publicada pelo Umuarama Ilustrado

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