Caso pterossauros: Reitor recebe paleontólogos da Universidade de Mafra
Publicado em: 04/05/2012 às 17:24
Na reitoria da Unipar, os pesquisadores contaram detalhes da descoberta em Cruzeiro do Oeste, cidade vizinha de Umuarama
Os pesquisadores Paulo César Manzig e Luiz Carlos Weinschutz e o pró-reitor da Universidade do Contestado, professor Ademir Flores, foram recebidos pelo Reitor da Universidade Paranaense – Unipar, Carlos Eduardo Garcia. Eles vieram acompanhados do prefeito de Cruzeiro do Oeste, Valter Rocha, e do assistente técnico do museu de Mafra, Vilson Greinert (em 25/4). Também participaram da recepção os diretores Régio Toesca, de Pesquisa, Adriano Martins, de Extensão, e Douglas Bácaro, da Fundação Cândido Garcia.
A tônica do encontro na Reitoria da Unipar foi a descoberta dos fósseis de pterossauros em Cruzeiro do Oeste, anunciada oficialmente no início de abril. O fato, que ganhou repercussão na mídia nacional e internacional, pode gerar muitos estudos, disseram os paleontólogos. Por isso, acreditam que a Unipar deva fazer parte desse processo.
Uma parceria entre a UNC, Universidade Paranaense, Prefeitura de Cruzeiro do Oeste e outras instituições para administrar toda a logística que o assunto requer foi a proposta apresentada. “A parceria da Unipar é imprescindível”, defende Flores. “Temos que elaborar um plano de ação inteligente, efetivo e, para isso, precisamos somar ideias, forças”, justifica.
Ao Reitor da Unipar, os visitantes também apresentaram o livro ‘Museus & Fósseis da Região Sul do Brasil’ (lançado recentemente), que aborda, entre outros temas, a descoberta dos ossos de pterossauros encontrados em 1975, por agricultores de Cruzeiro do Oeste. O material ficou quase 40 anos guardado na Universidade Estadual de Ponta Grossa, sob análises.
No início, ninguém desconfiava de que eram ossos de pterossauros (animais que viveram na região há cem milhões de anos). Mas quando o material chegou às mãos dos geólogos Manzig e Weinschutz, do Centro Paleontológico da Universidade do Contestado (Cenpáleo), em Mafra, uma das mais respeitadas instituições brasileiras no estudo da paleontologia, veio a confirmação. Segundo eles, sob o ponto de vista da ciência, a descoberta pode mudar teorias a respeito da vida desses pré-históricos.
O Reitor da Unipar deu total atenção ao assunto e disse que a Unipar vai estudar a proposta. “Estamos sob o impacto desta grande descoberta; não pensamos ainda o que efetivamente fazer, mas temos, sim, interesse, em participar do projeto. Será bom para a Unipar, será bom para a região e o Paraná. Não podemos em nenhum momento deixar baixar o entusiasmo”, disse.
Patrimônio Histórico A prefeitura de Cruzeiro do Oeste promoveu ato solene para comemorar o fato. O Reitor da Unipar, Carlos Eduardo Garcia, prestigiou. Na ocasião, o prefeito Valter Rocha assinou dois decretos municipais que dão início à logística. Um deles constituiu o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental de Cruzeiro do Oeste e o outro declara provisoriamente como área de interesse público para fins de conservação e pesquisa paleontológica a área onde foram encontrados os fósseis. “Os decretos são as duas primeiras peças da ferramenta que nos dá condições de começar a tocar esse projeto”, destacou o prefeito. “É um momento muito importante não só para Cruzeiro do Oeste, mas também para o mundo acadêmico, científico... Essa descoberta e tudo o que virá de agora em diante devem ser compartilhados; meu desejo é que esses estudos sejam feitos em Cruzeiro do Oeste. Vamos ser um facilitador para que isto ocorra aqui no município”, emendou o prefeito, acreditando poder contar com a parceria da Unipar.