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Cascavel: Estudantes participam de palestra sobre Bioética
Publicado em: 15/03/2012 às 16:00
O assunto decorreu do tema da campanha da fraternidade, que reflete sobre Saúde Pública
A Pastoral Universitária, Comissão Arquidiocesana de Bioética e Catedral Nossa Senhora Aparecida promoveram em Cascavel palestra sobre ‘Bioética’, ministrada pelo doutor em Teologia Moral, padre Léo Pessini. A Universidade Paranaense – Unipar foi uma das sedes do evento, prestigiado por profissionais da saúde e acadêmicos dos cursos de Enfermagem, Biomedicina, Psicologia, Direito e Administração.
A palestra foi motivada pela campanha da fraternidade que trabalha o tema ‘Fraternidade e Saúde Pública - Que a saúde se difunda sobre a terra’. A irmã Lourdes Zanini organizou o evento pensando na formação de profissionais humanitários. “São futuros médicos, advogados, enfermeiros, engenheiros e demais profissionais que estamos conscientizando para que, além do conhecimento técnico, tenham cuidado com outro, se preocupem com o coletivo”.
A proposta foi refletir sobre a realidade da saúde e sensibilizar para a busca da melhoria nos serviços (eliminar filas e deficiências), estimular o bem-estar e a realização pessoal, que envolve questões relacionadas à política, ao social, cultural e espiritual. Baseado em dados, o palestrante informou que, de cada dez pessoas, oito dependem do SUS; só 48 milhões de brasileiros têm plano de saúde.
O bioeticista apresentou vídeo com fala do médico pediatra e sanitarista, Gilson de Carvalho, que atentou para a deficiência do Sistema Único de Saúde, falta de consultas, de exames e de tecnologia, além do aumento de filas, que gera a falta de transparência e cuidado com os pacientes.
“Os médicos não têm acesso ao que precisam para realizar a prática. Atuar no SUS é um desafio, mas a ajuda ao outro gratifica”, disse no documentário. Falou ainda da dificuldade do SUS para manter equipes completas, sendo que, em todo o Brasil, a estrutura varia de simples a sofisticada.
Uma das alternativas apontadas no vídeo para modificar o atendimento refere-se a ouvir dos pacientes os problemas enfrentados. “Para a saúde pública funcionar bem é preciso mais Brasil, mais SUS, mais eficiência, mais honestidade, mais dinheiro, mais renda, mais saneamento básico e mais oportunidade de trabalho. A saúde depende de garantias econômicas e sociais”, pontuou Carvalho.
Para encerrar, Pessini lembrou que a saúde é compromisso das famílias, empresas, indivíduos e sociedade: “Esta é a geração que mais conhece de saúde, que precisa de escolhas sábias de proteção aos mais vulneráveis, para a promoção da vida e precaução frente a uma ciência sem ética”.
A discussão estimulou o senso crítico e o espírito solidário. Como passaporte, os acadêmicos doaram alimentos não perecíveis para o Abrigo São Vicente de Paulo.