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NOTÍCIA

Umuarama: O brincar como terapia na hospitalização infantil é tema de estudo de Enfermagem

Publicado em: 13/12/2011 às 11:27

Artigo desenvolvido pelo estudante William Zaramello explora os benefícios de tal ação durante tratamentos

O estudante William Zaramello

Aproveitar o período de graduação para desenvolver ações e estudos que beneficiem a população, colocando em prol da comunidade os aprendizados recebidos em sala de aula. Foi com este intuito que o estudante de Enfermagem da Universidade Paranaense – Unipar, Unidade de Umuarama, William Rodrigues de Araújo Zaramello, desenvolveu estudo sobre o brincar na hospitalização infantil.

Orientado pela psicóloga e professora Bárbara Cossettin Costa Beber Brunini, Zaramello escreveu ‘O Brincar como Terapia na Hospitalização Infantil’ com o objetivo de investigar a importância do brincar como uma intervenção positiva na hospitalização da criança.

O tema foi escolhido pelo próprio graduando para apresentação no 3º Congresso de Humanização da Aliança Saúde PUC/PR, em Curitiba, que participou em agosto. “É uma área onde vejo muita riqueza a ser explorada e pouco movimentada”, destaca o estudante. “Mesmo sendo um projeto de revisão bibliográfica, obtive ótimos resultados e percebi o interesse que o trabalho despertou nas pessoas que o conheceram”, emenda.

Durante as pesquisas, ele disse que pôde perceber a necessidade e a importância da brinquedoteca dentro da pediatria hospitalar: “Sabemos que o ambiente hospitalar é um ambiente onde a criança está sofrendo e a brinquedoteca ou a prática de brincar vem minimizar a dor e o sofrimento delas”, pontua.

O estudo não integra projetos de iniciação científica da Universidade, mas o graduando dá a sua sugestão. “Seria de extrema necessidade ter algum projeto desta forma em unidades hospitalares de Umuarama em parceria com Unipar, para que fosse viável o estudo dos benefícios obtidos pela a prática do brincar dentro do hospital”.

O estudante diz que o estudo provocou crescimento, tanto acadêmico, como pessoal: “Desenvolver este estudo foi algo brilhante. Pude mergulhar e imaginar a importância do brincar na vida de uma criança e perceber que o brincar também é um remédio que minimiza a dor e o sofrimento infantil”. Zaramello se prepara agora para o 4º ano da graduação e já faz planos para o futuro. “Ainda não sei se pretendo atuar nesta área; minha maior vontade, após formado, é fazer mestrado para ingressar no campo da docência, embora reconheça que a pediatria seria uma outra boa opção, pois é uma área linda e gratificante”.

Confira a íntegra do artigo do estudante

O BRINCAR COMO TERAPIA NA HOSPITALIZAÇÃO INFANTIL

RESUMO: Sendo o brincar uma das atividades mais presentes na infância, sente-se a necessidade de um trabalho de humanização voltado para este campo nas unidades pediátricas. Com este intuito, tal pesquisa objetivou investigar a importância do brincar como uma intervenção positiva no período de hospitalização da criança. Para tanto, o estudo adotou como metodologia a revisão bibliográfica como instrumento básico. Os resultados mostraram que o brincar no contexto hospitalar tornou-se realidade com a promulgação da Lei nº 11.104, de 21 de março de 2005, que tornou obrigatória a instalação de brinquedotecas nas unidades de saúde que ofereçam atendimento pediátrico em regime de internação. Conclui-se então que, para a humanização do atendimento hospitalar, o brincar é uma terapia que promove o bem-estar e auxilia na recuperação de crianças hospitalizadas.

1 INTRODUÇÃO

A hospitalização na infância pode se configurar como uma experiência potencialmente traumática (SANTA ROZA, 1997), uma vez que, o processo de hospitalização representa um impacto considerável na história de vida da criança, ocasionando a separação da mesma do seu contexto familiar e quebra na rotina de seu cotidiano (FAVERO et al., 2007).

Ao ser hospitalizado, a criança irá defrontar-se com mudanças consideráveis em sua rotina, demonstrando ansiedade e medo diante de uma situação estranha e assustadora (CARMO, 2008). Castro et al. (2010) complementam informando que, a experiência da hospitalização pode desencadear o surgimento de sentimentos diversos, como angústia, ansiedade e medo diante da situação desconhecida e ameaçadora.

Por isso, não se pode ignorar o impacto que internalização provoca na criança. Diante dessas constatações é preciso criar mecanismos para promover um ambiente positivo que a ajude à criança a enfrentar as dificuldades da hospitalização e da doença. Por isso, o objetivo desse trabalho é investigar a importância do brincar como uma intervenção positiva na hospitalização da criança.

Visando ao aprofundamento teórico, como metodologia empregada, o estudo, adotou a revisão bibliográfica como instrumento básico, focalizando o brincar e a hospitalização da criança.

2 A CRIANÇA E O BRINCAR NA HOSPITALIZAÇÃO

O brincar no contexto hospitalar é um assunto muito discutido, pois o brincar tem sido reconhecido pela sua função terapêutica, que atua na modificação do ambiente, do comportamento e, principalmente, da estrutura psicológica da criança, no transcurso de seu tratamento (CARVALHO; BEGNIS, 2006).

Além do mais, o ato de brincar, conforme Carmo (2008) atende uma parte importante das necessidades da criança hospitalizada, promovendo e facilitando a interação grupal e permitindo a criança aprender como enfrentar suas emoções, por meio da interação com outras pessoas. É dentro desta conjuntura que o brincar vem ganhando espaço, uma vez que, mesmo doente a criança sente a necessidade de brincar.

2.1 IMPORTÂNCIAS DO BRINCAR PARA A CRIANÇA

Segundo Silva (1998) a criança ao ser hospitalizada traz consigo além da doença uma atividade típica da infância, ou seja, o brincar.

A autora diz ainda que, o brincar é o trabalho da criança sendo uma atividade essencial ao seu bem-estar mental, emocional e social, da mesma forma que as demais necessidades de desenvolvimento, não param quando a criança adoece ou é hospitalizada. Neste sentido, pode-se dizer que, o ato de brincar é muito importante para a criança. Segundo Maluf (2003) este ato sempre foi e sempre será uma atividade espontânea e muito prazerosa nesta faixa etária.

O brincar favorece, além da diversão, a expressão dos sentimentos e emoções pelos quais o indivíduo passa. É brincando que se desenvolve o reequilíbrio e a reciclagem das emoções vividas, da necessidade do conhecer e reinventar a realidade, desenvolvendo ao mesmo tempo a atenção, concentração e outras habilidades (PAULA; FOLTRAN, 2007).

O brincar é o meio natural de expressão, sendo essencial para o seu bem-estar mental, emocional e social. Quando a criança brinca, ela se sente envolvida e comprometida com o que está fazendo, encontrando soluções possíveis e confortáveis para lidar com situações difíceis, ou seja, ela cria um mundo em que pode dominar, podendo assim usar os brinquedos para reviver alguma situação, podendo dar o desfecho que ache melhor, expondo suas emoções e conflitos (FAVERO et al., 2007). Percebe-se então que, o brinquedo tem papel estimulante para a criança no momento da ação lúdica. Além disso, por meio do brinquedo a criança reinventa o mundo e libera suas fantasias e emoções.

Para Bomtempo (2005) o brinquedo é o parceiro da criança na brincadeira, uma vez que, a manipulação do brinquedo leva a criança à ação, à representação, a agir e a imaginar. Diante disso, pode-se dizer que, o brinquedo é um meio de demonstrar as emoções e criações da criança.

Para Vygotsky (1984) o brinquedo preenche as necessidades da criança, entendidas no seu sentido mais amplo, que inclui tudo aquilo que é motivo para a ação.

Castro et al. (2010) contribuem com a discussão enfatizando que, o ato brincar é uma das principais necessidades das crianças e tem condições de ser proporcionado durante a internação. Assim sendo, o brincar pode ser visto como um espaço terapêutico capaz de promover não só a continuidade do desenvolvimento infantil, como também a possibilidade de, através dele, a criança hospitalizada melhor elaborar esse momento específico em que vive (MITRE, 2000).

Carvalho e Begnis (2006) reforçam destacando que, as atividades lúdicas no contexto hospitalar têm mostrado um catalisador no processo de recuperar a capacidade de adaptação da criança, diante de transformações que ocorrem a partir de sua admissão no hospital.

A partir da importância dada ao ato de brincar, a seguir será dada ênfase na brinquedoteca como um espaço para ações lúdicas durante o período de hospitalização da criança.

2.3 A BRINQUEDOTECA E A HOSPITALIZAÇÃO DA CRIANÇA

Atualmente, a brinquedoteca nos hospitais está se tornando realidade, com a promulgação da Lei nº 11.104 de 21 de março de 2005 quando tornou-se obrigatória à instalação de brinquedotecas nos hospitais que fazem atendimento pediátrico em regime de internação.

Esta lei surgiu a partir dos movimentos de humanização nos hospitais e simboliza que a inclusão do brinquedo neste ambiente, tem sido concebida como parte da assistência e da terapêutica às crianças hospitalizadas (PAULA; FOLTRAN, 2007).

Para Carmo (2008) a inserção da brinquedoteca no ambiente hospitalar visa estabelecer uma estratégia para atender certas necessidades da criança internada, não prevista pelos hospitais. Essa proposta parte do pressuposto de que a criança hospitalizada continua sendo criança, com necessidades que vão além da situação, e reconhece a importância do ato de brincar para a saúde, o desenvolvimento psicológico infantil e a humanização hospitalar.

A internação promove uma série de mudanças na rotina e na vida de uma criança. Por isso, para assistir a criança, de acordo com Paula e Foltran (2007) faz-se necessário, uma atuação que busque diminuir os efeitos da doença e do seu tratamento.

Neste contexto, a brinquedoteca torna-se um espaço adequado para atender essa demanda. A brinquedoteca, segundo a Lei nº 11.104/05 é entendida como sendo um espaço provido de brinquedos e jogos educativos, destinado a estimular as crianças e seus acompanhantes a brincar. A brinquedoteca constitui-se num espaço que facilita o ato de brincar, pela existência de um conjunto de brinquedos e jogos, dispostos num ambiente alegre, agradável e colorido, que garanta a ludicidade (CARMO, 2008).

A autora supracitada complementa informando que, a brinquedoteca é um espaço preparado para estimular as crianças a brincarem possibilitando o seu acesso a uma grande variedade de brinquedos, dentro de um ambiente especialmente lúdico. Trata-se de um lugar que convida o indivíduo a explorar, sentir e experimentar.

De acordo com Cunha (2007) a brinquedoteca é um espaço onde crianças brincam livremente, com todo o estímulo a manifestação de suas potencialidades lúdicas. Neste sentido, Friedmann (1998) destaca alguns objetivos da brinquedoteca:

. Permitir a interiorização e a expressão de vivência da criança que está doente por meio de jogos e brincadeiras; . Auxiliar na recuperação; . Amenizar o trauma psicológico da internação por meio de atividades lúdicas; . Propiciar momentos de lazer, por meio de atividades livres ou dirigidas na sala de recreação ou nos leitos; . Estimular os pais e familiares sobre a importância do momento lúdico no processo de recuperação.

Vê-se com isso, que a brinquedoteca proporciona a criança hospitalizada um atendimento hospitalar próprio para a infância, por meio de uma experiência emocional positiva, e de formas de superação, focadas na perspectiva de uma atenção para além da doença (CARMO, 2008).

Estes espaços, segundo Paula e Foltran (2007) além de tornarem o ambiente hospitalar mais acolhedor, também oportunizam situações de socialização e desenvolvimento das habilidades dos pacientes como: atenção, concentração, afetividade, cognição, dentre outras. Além disso, ao brincar, a criança hospitalizada consegue ter momentos de distração e de divertimento no contexto hospitalar, mergulham em um universo de possibilidades, pois nestes espaços ela recria e enfrenta situações vividas por eles no seu cotidiano.

De modo geral, a brinquedoteca pode ser vista como um espaço em que o brincar se faz presente. Além disso, proporciona ao contexto hospitalar um local descontraído, onde as atividades lúdicas são constantes, com o intuito de humanizar o atendimento à criança hospitalizada, ou seja, com a humanização hospitalar a criança passa a ser vista e não somente a doença.

2.4 ENFERMAGEM E A IMPORTANCIA DO BRINCAR

Uma das funções propostas à enfermagem é a de interagir com a criança visando o brincar como auxilio em sua recuperação e melhoria. Para isto, tal atividade deve ser usada não apenas como mero objetivo de alívio e distração frente às adversidades e desconfortos impostos pela doença, mas sim como meio de comunicação e interação com a criança. Portanto o ato de brincar transcende o seu significado de mera distração e passa a ser para a enfermagem uma atividade terapêutica (MAIA; RIBEIRO; BORBA; 2008).

Em alguns hospitais, segundo Favero et al. (2007) uma técnica utilizada para a realização de procedimentos feitos nas crianças é a do boneco. O profissional de saúde utiliza um boneco comum e com este demonstra para a criança de maneira didática e pedagógica a quais procedimentos ela será submetida. Com isso os pequenos pacientes diminuem ou perdem o medo do tratamento e não demonstram resistência ao serem realizados os procedimentos de enfermagem.

Os autores supracitados enfatizam a importância da enfermagem em procedimentos utilizando o brincar como forma terapêutica de interação, comunicação, alívio de dores e tensões a minimização do medo e a socialização da criança.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O brincar, no espaço de hospitalização é importante e necessário, pois o brincar como se viu tem sido reconhecido pela sua função terapêutica, que atua na modificação do ambiente, no comportamento e na estrutura psicológica da criança, e no transcurso de seu tratamento.

O brincar no hospital tornou-se realidade com a promulgação da Lei nº 11.104, de 21 de março de 2005. Como foi vista a lei torna-se obrigatoriedade nas unidades de saúde que ofereçam atendimento pediátrico em regime de internação.

A brinquedoteca no ambiente hospitalar visa estabelecer uma estratégia para atender certas necessidades da criança internada, não prevista pelos hospitais. Essa proposta parte do pressuposto de que a criança hospitalizada continua sendo criança, reconhece a importância do ato de brincar para a saúde, o desenvolvimento psicológico infantil e a humanização hospitalar. Em suma, para a humanização dos hospitais, o brincar é uma terapia durante a internação, promove o bem estar e a auxilia na recuperação de crianças hospitalizadas.

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