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NOTÍCIA

Faltam mais de 30 mil químicos para atuar no país nos próximos 15 anos

Publicado em: 03/11/2011 às 10:00

A expansão do mercado interno e a economia em crescimento exigem cada vez mais profissionais para as indústrias química e petroquímica; também no ensino a demanda é grande

Profissionais são ‘convocados’ para áreas estratégicas, como a produção de alimentos e combustíveis

Ela está na cadeira em que você se senta, no ar que respira, nos remédios que toma, na maior parte dos alimentos e em muitos outros lugares que você nem sequer imagina. Embora nem sempre seja perceptível, a química está presente em tudo no nosso dia a dia. Por essa difusão, trata-se de uma área de trabalho das mais promissoras, com vagas no setor industrial, petroquímica, siderurgia, indústria de alimentos, produtos de limpeza, cosméticos, tintas e corantes, setor têxtil, combustível, óleos, lubrificantes, papel e celulose e indústria farmacêutica. Quem gosta de saber como os átomos reagem, combinam-se e formam compostos pode optar pelas carreiras de técnico em química, químico e engenheiro químico.

No entanto, a formação de profissionais de química é um desafio. “Para o Brasil crescer nos próximos 15 anos, é preciso formarmos mais químicos dada a influência da indústria química em setores-chave”, afirma o pesquisador do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) Guilherme Marson. Faltam mais de 30 mil químicos para atuar na produção de fármacos, biotecnologia, na indústria do petróleo, entre outros setores. Além da área industrial, o químico pode atuar com pesquisa e no ensino. Dados da Sociedade Brasileira de Química indicam que, entre 2005 e 2009, o Brasil formou 14,2 mil bacharéis e 13,1 mil professores na área. É o caso do químico Luciano Emerich Faria (foto), de 35 anos, que leciona nos cursos de engenharia do Centro Universitário Newton Paiva.

Em 2009, eram, aproximadamente, 1,3 mil professores orientadores (pesquisadores) atuando nos programas de pós-graduação em química. No entanto, faltam 50 mil professores de ciência para atender a demanda do ensino, principalmente, de nível médio. “Com a expansão do mercado interno e a economia em crescimento, o país precisará cada vez mais de profissionais nas indústrias química e petroquímica, em bioenergia, nanotecnologia, petróleo e gás, além dos setores de necessidade básica, como de alimentos, higiene, saúde e cosméticos”, diz o engenheiro químico Wagner Lopes, gerente de Fiscalização do Conselho Regional de Química, da 4ª região de São Paulo.

Apesar da falta de professores na área, o ensino de química no Brasil é considerado de alto nível e conta com profissionais na equipe de diversos organismos internacionais, como o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês). São 24 brasileiros, sendo dois com formação na área química, escolhidos para integrar o AR5 (Relatório de Avaliação 5), que será publicado em 2014. Os profissionais da área são convocados a atuar em áreas estratégicas, como a produção de alimentos e a produção de combustíveis. Pensando nisso e nas diversas áreas em que poderão atuar, Rafael Ludgero, de 20 anos, e Caroline Francisca de Assis Costa, de 18, escolheram fazer o curso técnico de química no Cefet-MG.

Márcia Maria Cruz - Estado de Minas / Publicação: 26/06/2011 10:45/Atualização: 26/06/2011 10:51

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