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Umuarama: Psicologia participa do 2º Congresso Sul-Brasileiro de Fenomenologia
Publicado em: 15/07/2011 às 16:46
Evento apresentou estudos da fenomenológica e humanística em Psicologia
A professora Sylvia Mara Pires de Freitas e estudantes do curso de Psicologia da Universidade Paranaense – Unipar, Campus Umuarama, participaram do 2º Congresso Sul-Brasileiro de Fenomenologia e 2º Congresso Paranaense de Estudos Fenomenológicos: Vínculo, Relação e Diálogo, realizado em Curitiba (entre 2 a 4/6).
O evento, promovido pelo Laboratório de Fenomenologia e Subjetividade do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Paraná, foi realizado no Campus da UFPR com o objetivo de apresentar e divulgar trabalhos com abordagens fenomenológicas e humanísticas em Psicologia e propiciar um diálogo interdisciplinar com as demais abordagens e saberes sobre o humano e o existir.
A professora foi convidada para compor mesa-redonda. Ela discorreu sobre o tema ‘Uma Análise Existencialista para um Caso Clínico de Transtorno Obsessivo Compulsivo’. “A mesa foi com a professora Daniela Schneider, da Universidade Federal de Santa Catarina, que abordou ‘Sartre e a Psicologia Clínica’. Conjugamos a fala. Ela falou sobre a teoria sartriana na Psicologia Clínica e eu mostrei um caso clínico que atendo, sob os fundamentos desta teoria, a qual ensino e oriento prática de estágio no curso de Psicologia aqui na Unipar”, explica a professora da Unipar.
A estudante do 4º ano, Thais Serafim dos Santos, também foi para apresentar trabalho. Ela, que é aluna da iniciação científica da Unipar, orientada pelo professor Jorge Antônio Vieira, expôs o estudo ‘A Relação entre Trote Universitário e Bullyng: Uma Investigação Existencialista’, na modalidade de comunicação oral.
“O trabalho retrata o trote universitário enquanto pertencente a um ritual de iniciação que, permeado por práticas violentas, vexatórias e de subordinação de uns em relação a outros, pode gerar e ocasionar um outro fenômeno, dentro da universidade, de igual importância e recorrência em nossa sociedade, o bullying. Para tanto, fora utilizada pesquisa bibliográfica sob os aspectos culturais, antropológicos e filosóficos sobre os citados fenômenos dentro de uma perspectiva fenomenológica existencial sartriana”, informa Sylvia de Freitas.
Outro orientando do professor Vieira, o estudante e participante do Pibic, Raphael Barbosa, 4º ano, também apresentou o trabalho (elaborado durante participação no Pebic/Fundação Araucária). Na modalidade comunicação oral, expôs ‘O Pensamento Ateu e a Vivência Religiosa na Psicologia Fenomenológico-Existencial’. O trabalho traz à reflexão crítica um fenômeno contraditório e bastante recorrente que aparece na relação entre a vivência religiosa pessoal e a teoria que fundamenta a prática do psicólogo que se utiliza da fenomenologia-existencial pautada nos pressupostos sartrianos, uma vez que esta se apresenta como um sistema filosófico ateu, o que seria paradoxal à crença pessoal do psicólogo religioso.
Estudo de TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) também ganhou espaço, no Congresso. As formandas Jéssica Mendes e Sionara Gressler expuseram, em modalidade de comunicação oral, ‘Ser Psicoterapeuta: Reflexões Existenciais Sobre Vivências de Estagiários-Terapeutas Iniciantes’, orientadas pela professora Sylvia Freitas.
“O trabalho apresentou uma análise reflexiva, com base no existencialismo sartriano, sobre a idealização do estagiário-terapeuta iniciante sobre o Ser Terapeuta. Propôs desconstruir o lugar de soberania onde muitas vezes é colocado o psicoterapeuta, lugar esse construído por ideologias que criaram o papel do profissional responsável pela cura, valorizando-o sobremaneira ao ponto de subjetivar verdades que desconsideram a interdependência da relação terapeuta-cliente, proporcionando sentidos que levam o estagiário-terapeuta iniciante a criar, alienadamente, expectativas frente suas atuações, as quais, ao abarcar toda a responsabilidade pela ‘cura’ do outro, nega-o como artífice de sua existência. Diante disso, considera-se que projetos idealizados não abarcam frustrações, impossibilitando o reconhecimento dos limites do próprio projeto de ser terapeuta”, explica a professora.
Na modalidade pôster, a formanda Tais Pozzan Lehn, orientada pela professora Orlete Maria Pompeu de Lima, apresentou ‘A Ressignificação do Psicodiagnóstico na Abordagem Fenomenológica-Existencial’. “Através deste trabalho foi mostrado o processo do uso de testes que difere do modelo tradicional, pois não enfatiza a limitação e a patologia, mas visa valorizar o psicodiagnóstico em seu sentido mais profundo, que é conhecer a vida da pessoa de uma maneira mais ampliada durante a relação terapêutica”, informa Sylvia Freitas.
Estudantes de Psicologia do Campus Cascavel também marcaram presença no evento, assim como estudantes da especialização em Psicologia Fenomenológico-Existencial do Campus-Sede.