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Melhorar o nível de aprendizado das crianças e adolescentes em fase escolar. É com este objetivo que o curso de Enfermagem da Universidade Paranaense – Unipar, Campus Paranavaí, firmou parceria com as escolas do município para realizar testes de acuidade visual e auditiva com as crianças e adolescentes em fase escolar.

A atividade é realizada pelas estudantes Priscila Seolin, Stephanie Orélio, Aline Ferronato, Ana Paula Quadros, Andressa Bonomo e Letícia Pattini, integrantes do projeto de extensão universitária Centro de Saúde Escola. “Elas foram treinadas para realizar os testes com as crianças”, informa a coordenadora do curso, professora Simone Cristina Baggio.

Segundo ela, pesquisas mostram que muitos estudantes têm baixo rendimento escolar devido a deficiências auditiva ou visual. “Reconhecendo a escola como uma instituição aglutinadora de grande número de crianças, a aplicação do teste de acuidade visual e auditiva nessa fase pode permitir uma cobertura parcial do espaço existente entre o nascimento e o ingresso na vida escolar”, explica.

As avaliações das crianças acontecem em suas escolas, durante o horário que o aluno permanece na instituição. Cerca de 420 já foram beneficiadas. “Os resultados são anotados em fichas específicas e posteriormente as informações registradas são passadas para a orientadora pedagógica que procederá o encaminhamento da criança que tenha apresentado alteração nos testes ou em um deles para serviço de saúde especializado”, destaca Simone Baggio.

Segundo a professora, atualmente, estima-se que a grande maioria das crianças brasileiras em idade escolar nunca passaram por exame oftalmológico e, dados do censo 2000, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que aproximadamente 10% da população escolar têm algum problema visual. Dados publicados pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (1999) dizem que 10% dos alunos do ensino fundamental necessitam de lentes corretivas; e, desses, aproximadamente 5% possuem uma grave diminuição da acuidade visual.

“A importância de se detectar os problemas de deficiência visual e auditiva na criança ainda em idade pré-escolar e escolar se deve ao fato de que nesta faixa etária ocorre o pleno desenvolvimento do aparelho visual; logo, o poder de resolução dos problemas detectados seria muito maior e as consequências da deficiência visual poderiam ser atenuadas ou mesmo evitadas, uma vez que a deficiência visual interfere no processo de aprendizagem e no desenvolvimento psicossocial da criança, assim como a deficiência auditiva”, defende Simone Baggio.

Ela informa que o projeto é amparado na lei 14023/2003 (publicado no diário oficial 6409 de 03/02/2003) e autoriza o poder executivo tornar obrigatório a realização do teste de acuidade visual e auditiva para todos os estudantes das redes pública estadual de ensino.

Para Simone Baggio, o trabalho representa uma conquista dos graduandos, pela qualidade da assistência que oferecem à comunidade paranavaiense: “Em contrapartida, favorece o desenvolvimento pessoal e profissional do nosso futuro enfermeiro, colocando-o em contato direto com a população no empenho de promover a saúde coletiva, fazendo o estudante refletir os conteúdos estudados na academia e ainda permite a interdisciplinaridade do ensino, quando passa a prestar um cuidado integral e humanizado”.

Ela ressalta que o papel do enfermeiro na prevenção de problemas visuais e auditivos é de extrema importância para que haja detecção do problema e assistência imediata pelos serviços de saúde competentes: “Além disso, o enfermeiro tem a oportunidade de ter contato com as crianças em suas diferentes fases de desenvolvimento e, desta forma, pode realizar uma avaliação holística identificando outros problemas de saúde que permite o rápido encaminhamento da criança a um serviço de saúde para exame e diagnóstico mais detalhado”.